sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Ministério Público denuncia segundo delegado na hierarquia da Polícia Federal por vazamento e fraudes

O Ministério Público Federal apresentou denúncia nesta quinta-feira ao Superior Tribunal de Justiça contra 28 acusados de vazamento de informações e envolvimento em fraudes a licitações. A lista de acusados inclui o delegado federal Zulmar Pimentel, que até maio deste ano era o número dois na hierarquia da organização, e os delegados federais aposentados João Batista Paiva Santana, ex-superintendente da Polícia Federal no Ceará, e Marco Antônio Cavaleiro, atual assessor do gabinete do senador Romeu Tuma (PTB-SP). A denúncia inclui ainda o presidente do Tribunal de Contas da Bahia, Antônio Honorato de Castro Neto, servidores públicos locais e empresários, entre eles o ex-deputado estadual e ex-presidente do Esporte Clube Bahia, Marcelo Guimarães. A denúncia trata de um esquema de fraudes em licitações públicas estaduais e municipais baianas com a participação de empresários locais do ramo de vigilância e limpeza, e autoridades públicas que, segundo o Ministério Público, causaram um prejuízo superior a R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Estado entre 1997 e 2000. Zulmar Pimentel e Marco Antônio Cavaleiro foram incluídos no texto sob a acusação de violação de sigilo judicial imposto à investigação do esquema, que também apontou o envolvimento de funcionários da Polícia Federal. Durante as apurações, que incluíram escutas telefônicas iniciadas em 2005, a Polícia Federal identificou que três ocupantes de cargos regionais de chefia tinham "estreitas ligações" com os empresários acusados de participação nas fraudes, entre eles João Batista Santana. Os três receberiam "benefícios" como passagens aéreas e hospedagens para avisar ao grupo eventuais investigações da polícia e de outros órgãos que resvalassem nas fraudes. Zulmar Pimentel é acusado de avisar João Batista Santana que estava sendo investigado.

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