quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

"Homem da mala" foi à Casa Rosada, diz promotora

Uma promotora argentina disse nesta quinta-feira que o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson, que ficou conhecido por entrar na Argentina com uma mala com quase US$ 800 mil, esteve na Casa Rosada durante o governo do presidente Néstor Kirchner. Segundo a promotora María Rivas Díez, a informação se baseia em declarações de Victoria Beresziuk, assessora do Ministério do Planejamento da Argentina. Beresziuk estava no avião em que Wilson, juntamente com outros assessores do governo Kirchner e da estatal venezuelana PDVSA, chegou à Argentina no dia 4 de agosto, levando a mala com os dólares. "Wilson esteve na Casa Rosada para assinar documentos sobre convênios com a Venezuela", disse a promotora. Esta visita à Casa Rosada teria ocorrido dois dias depois do seu desembarque no país e quase ao mesmo tempo em que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, visitava a Argentina. Na quarta-feira, o senador da oposição Gerardo Morales, da UCR (União Cívica Radical), questionou se Wilson, que chamou de "o homem da mala", esteve na Casa Rosada antes de sair do País. Morales pediu maior apuração do caso, que está sendo investigado pela juíza argentina Marta Novatti e também pela justiça norte-americana. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que prendeu em Miami três venezuelanos e um uruguaio acusados de envolvimento no caso. Wilson, que também tem nacionalidade norte-americana, permanece em liberdade em Miami. As prisões ocorreram dois dias depois da posse da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, mulher do ex-presidente Kirchner. Nesta quinta-feira, algumas das principais emissoras de televisão da Argentina, exibem a gravação de Tom Mulvihill, assistente do promotor federal de Miami, dizendo que os presos tentavam "ocultar" a origem do dinheiro com a ajuda dos governos da Venezuela e da Argentina.

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