Governadores bolivianos da oposição rejeitam a trégua proposta por Evo Morales

Os governadores opositores de cinco dos nove Departamentos da Bolívia rejeitaram nesta terça-feira a trégua pedida pelo presidente Evo Morales para amenizar a crise política do país durante o final do ano. Morales pediu uma trégua de fim de ano aos governadores que promovem greves em suas regiões para exigir autonomia e protestar contra a nova Constituição. "Seria importante que nossas autoridades, nossos dirigentes, considerassem minha proposta, passar as festas do Natal em paz", propôs o presidente. Contrários à aprovação de uma nova Carta Magna por parte da maioria da Assembléia Constituinte, cuja sessão definitiva foi boicotada pela principal formação de oposição, a Podemos, os governadores preparam um estatuto para adotar unilateralmente sua autonomia. Os governadores de Santa Cruz, Beni, Tarija, Pando e Cochabamba reagiram indignados à proposta do presidente, a quem acusaram de fazer uso de um "discurso duplo" e de ser "muito hábil em manipular a imprensa e aparecer com vítima". O governador da região de Beni assegurou, além disso, que seus colegas decidiram avançar com o projeto de regime de autonomia. Segundo o cronograma dos governadores opositores, Santa Cruz aprovará seu estatuto de autonomia nesta quarta-feira, enquanto Beni, Tarija e Pando o farão na sexta-feira. "Voltar ao estado de direito é a única possibilidade de dialogar, caso contrário o melhor é convocar o referendo ratificatório proposto por Morales e que o povo diga quem tem razão", afirmou por sua vez o governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa.