O presidente Evo Morales convocou sábado à noite, na cidade de Oruro, o início dos trabalhos para aprovar a nova Constituição da Bolívia, apesar da rejeição dos partidos da oposição e de cinco dos nove governadores provinciais. Segundo os planos do governo, a nova Carta Magna deverá estar ratificada até o dia 14 de dezembro, após a votação de artigo por artigo pelos constituintes. O partido de Morales, o trotskista Movimento ao Socialismo (MAS), aprovou o texto geral da Carta há duas semanas, em um quartel da cidade de Sucre, sem a presença dos representantes da oposição e em meio a distúrbios que deixaram três civis mortos. Para ratificar a nova Constituição, artigo por artigo, o governo precisa de dois terços dos votos (170 dos 255 constituintes), mas o líder do MAS na Assembléia Constituinte, Román Loayza, afirmou que a Carta avançará com ou sem este requisito. "Vamos aprovar o texto com os que estiverem (nas sessões plenárias) e isto ocorrerá até 14 de dezembro", garantiu Loayza. Governadores e líderes civis de cinco províncias, todos adversários de Morales, realizam uma "resistência civil" contra a nova Constituição, que inclui a ocupação de diversos prédios do governo central nestas regiões. O movimento, que reúne os governadores de Santa Cruz, Tarija, Beni, Pando e Cochabamba, também rejeita a decisão de Morales de reduzir a renda das províncias com a exploração dos hidrocarbonetos para financiar um bônus aos idosos. Na Carta, analisada a partir de sábado, o MAS desistiu de incluir a reeleição ilimitada do presidente e vice-presidente e vai propor que a medida seja votada em referendo, que deverá ocorrer de modo paralelo à consulta popular sobre a nova Constituição. O tiranete cocaleiro quer ficar o tempo inteiro no poder.
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