Nesta quarta-feira, representantes das entidades médicas nacionais e paulistas se reuniram na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo, para anunciar como será articulado o movimento de protesto em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), organizado pela Comissão Nacional Pró-SUS. Trata-se de uma ação para chamar atenção do governo e também da sociedade para a situação "caótica" do SUS. As entidades esperam do governo um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Saúde. Segundo o coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Geraldo Guedes, o objetivo do protesto é também para mostrar à sociedade os problemas do SUS, decorrente do financiamento insuficiente, enfrentado tanto por médicos como por pacientes dentro do sistema público de saúde. Ele explicou ainda que o movimento de protesto durará três meses e consiste em ações que podem durar de 30 minutos a duas horas, com atos públicos, atividades de sensibilização das três esferas de poder e reuniões com autoridades financeiras do País para discutir o subfinanciamento da Saúde. "Nossa data-limite é 5 de março. Até lá, vamos negociando com o governo e fazendo os protestos, mas se não tivermos garantido em 90 dias o PAC da Saúde, tomaremos atitudes mais drásticas", afirmou o coordenador da Comissão Pró-SUS. Em Curitiba foi feito um apelo para que pelo menos 50% do volume arrecadado com a CPMF seja investido no setor. "Se existem recursos para a Copa do Mundo e para o Panamericano, o dinheiro da saúde também tem que aparecer", disse o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo. Ele não descarta que uma paralisação possa ocorrer depois do carnaval, caso não haja alteração no repasse para SUS. No Recife, um formulário a ser preenchido por médicos de emergência em caso de falta de condições de atendimento, com solicitação de remoção do paciente, será utilizado a partir de agora como forma de cobrança. O formulário, informando nome e estado do paciente e o que falta para seu atendimento, será enviado imediatamente ao Ministério Público estadual, ou juiz de plantão, a quem caberá definir para onde o paciente deve ser transferido. A distribuição do formulário nas emergências de três grandes hospitais públicos foi uma das atividades de médicos pernambucanos no Dia Nacional de Protesto da categoria. Em Belo Horizonte, os médicos da rede estadual, que estão em campanha salarial, fizeram paralisação. Esses médicos são engraçadinhos. Em vez de ficar querendo um aumento na fatia da CPMF para a saúde, deveriam exigir a derrubada da DRU (Desvinculação de Receita da União), que tira quase a metade dos recursos orçamentários destinados à saúde para fazer o superávit primário e garantir o pagamento da dívida financeira do País.
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