quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Vaticano lança obra inédita sobre processo contra Templários

Composta por 799 exemplares numerados, a obra “Processo Contra Templários” foi lançada oficialmente na manhã desta quinta-feira no Vaticano. Os documentos, até agora considerados secretos de um dos grandes julgamentos da História, que condenou ao fim os Cavaleiros dos Templários, serão vendidos em edição bilíngüe (italiano e inglês). O livro integra a série "Exemplaria Praetios", a publicação mais valiosa do Arquivo Secreto do Vaticano, e conta com todo o luxo de detalhes nas reproduções: uso de pergaminho, selos dourados e documentos de grande importância histórica. Um dos destaques é a reprodução dos originais em pergaminho do ato de Chinon, de 1308, do antigo processo de condenação dos Cavaleiros dos Templários. Ele mostra que o papa Clemente V reabilitou inicialmente os Templários acusados de heresia e blasfêmia. No entanto, considerou que eles praticavam imoralidades. Segundo o historiador medievalista Franco Cardini, o papa planejava reformar o grupo religioso e militar medieval, mas nunca o condenou. De acordo com o estudioso, o pergaminho "testemunha que o pontífice não considerava a ordem herege". A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em Jerusalém, em 1118, por nove cavaleiros franceses, para defender os peregrinos cristãos na Terra Santa durante as Cruzadas. Depois do processo condenatório, muitos cavaleiros foram perseguidos, presos, torturados e queimados. A ordem foi extinta em 1312 devido a pressões do rei da França, Filipe o Belo, que impôs a eliminação dos Templários. Chantageado pela monarquia francesa, o papa Clemente 5º acabou com a ordem sem condenação, nem absolvição, mas isolando-a em uma espécie de hibernação graças a um artifício do direito canônico. Os Cavaleiros foram proibidos, sob pena de serem excomungados, de continuar usando o nome e os signos distintivos.

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