terça-feira, 30 de outubro de 2007

CPI do Apagão Aéreo adia para amanhã votação do relatório final

A CPI do Apagão Aéreo do Senado adiou para esta quarta-feira a votação do relatório final do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que pede o indiciamento de 23 pessoas ligadas ao sistema aéreo nacional. O motivo do adiamento foi justamente a crise no setor, já que os senadores Wellington Salgado (PMDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) não conseguiram retornar a Brasília a tempo da votação em conseqüência de problemas nos aeroportos. Apesar de os governistas serem contrários ao texto de Demóstenes Torres, o relator disse não acreditar que o adiamento tenha sido uma estratégia dos peemedebistas para evitar a votação do texto: "Não há o que fazer. Essa é mais uma prova de que o apagão aéreo está caracterizado. Eu acho que o governo quer derrubar o relatório, mas é fato que hoje a causa do adiamento é o apagão". Raupp foi visto nos arredores do Senado minutos após o adiamento da votação. O senador disse que perdeu o primeiro vôo, o que permitiu que chegasse ao Senado somente depois do término da sessão da CPI. É a segunda vez que a votação do relatório de Demóstenes é adiada na CPI. Na semana passada, o senador João Pedro (PT-AM) pediu vista à matéria, o que automaticamente adiou a sua votação. "Amanhã eu voto de qualquer jeito. Com o quorum que tivemos, poderíamos dar um golpe no governo e aprovar o relatório. Mas essa não é minha intenção. Não sei se eles vão conseguir derrubar o meu texto. Sei é que não mudo nada o que defendi", disse Demóstenes. No relatório, entre os pedidos de indiciamento recomendados por Demóstenes estão os dos ex-diretores da Anac (Agência nacional de Aviação Civil), Denise Abreu e Paulo Roberto Araújo. Além de Wilson, o senador ainda recomenda o indiciamento de Eleuza Terezinha dos Santos, ex-servidora da Infraero. Demóstenes afirma que os 23 servidores lideraram duas "quadrilhas" que atuaram para "fraudar licitações e desviar dinheiro público". Segundo o senador, as fraudes e o superfaturamento em licitações resultaram em prejuízos da ordem de R$ 500 milhões aos cofres públicos nos últimos anos. "Pessoas jurídicas com quem a Infraero deveria manter relações pautadas exclusivamente na mais lídima conduta empresarial e no interesse público, verdadeiramente se apropriaram da estatal", diz Demóstenes no texto ao acusar a Infraero de ações de "corrupções endêmicas". O relator fez um raio-x em contratos de obras realizadas em 11 aeroportos do País para levantar as fraudes. Demóstenes afirma, no relatório, que a Anac e a Infraero tinham conhecimento de que a crise aérea se agravaria no País, mas não tomaram providências para contê-la.

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