domingo, 30 de setembro de 2007

Polícia Federal investiga pagamento para ex-assessor de Lula

A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, a Polícia Federal investiga pagamento de R$ 98,5 mil com recursos do “valerioduto”, feito em 2003, para empresa de Freud Godoy, então assessor especial do presidente Lula. Os detalhes do pagamento constam de um laudo elaborado pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística) com base na quebra de sigilo, obtida pela CPI dos Correios, da agência de publicidade SMP&B, que pertencia ao empresário Marcos Valério de Souza, o operador do mensalão para o PT (José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Silvinho “Land Rover” Pereira). O Mensalão foi um esquema de desvio de recursos destinado à compra de apoio político de parlamentares e partidos políticos para o governo do PT e do presidente Lula. Os beneficiários dos recursos oriundos do valerioduto são alvos da segunda fase da investigação do mensalão, aberta em abril deste ano, quando o Supremo Tribunal Federal, a pedido do procurador-geral, determinou a continuidade da apuração, centrada nos envolvidos que ainda não haviam sido denunciados. Na primeira fase do mensalão, o procurador-geral Antonio Fernando denunciou 40 pessoas, entre as quais os petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares e também o publicitário Marcos Valério. Na primeira etapa, a investigação mirou pessoas mais próximas à parte operacional do esquema. O pagamento investigado agora foi feito pela agência SMP&B para a empresa Caso Comércio e Serviços Ltda, da qual Freud Godoy é sócio-fundador, conforme registro na Junta Comercial de São Paulo. A empresa foi constituída em 6 de maio de 1998, com capital social de R$ 10 mil, tendo Freud como sócio majoritário (R$ 9.500,00). Conforme o laudo do INC, em 21 de janeiro de 2003, há o depósito de um cheque da SMP%B, do Banco Rural, nominal à Caso, na conta bancária da empresa no Santander. Trata-se de um único pagamento e sem razão justificada. Acionada pela Polícia Federal para explicar as razões do pagamento, a Caso pediu mais tempo para reunir os documentos que comprovariam serviço prestado à SMP&B. Quando recebeu o pagamento considerado suspeito pelos peritos, Freud era assessor especial da Presidência, função para a qual foi contratado em 14 de janeiro de 2003. Conforme o Estatuto do Servidor, Freud poderia receber participação nos lucros, mas não eventuais pagamentos havidos pela empresa. A empresa de Freud foi contratada em 2002 pela campanha de Lula. Naquele ano, recebeu R$ 101,5 mil do comitê eleitoral presidencial. Foi contratada também, por R$ 4.400,00 para a campanha de José Dirceu a deputado federal. No ano passado, outra empresa da família de Freud foi contratada pela campanha do presidente. A Caso Sistemas de Segurança recebeu R$ 309 mil da campanha de Lula. A nova empresa está no nome da mulher de Freud, Simone, e do irmão dela, Kleber Messeguer. Guarda-costas de Lula há anos, o nome de Freud se tornou conhecido nacionalmente na eleição do ano passado, no escândalo do dossiê, no qual ele também apareceu envolvido, apontado inicialmente por Gedimar Passos, emissário petista encarregado da negociação do material contra o PSDB.

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