domingo, 30 de setembro de 2007

Pesquisadores decodificam DNA de pêlo de mamute e abrem caminho de pesquisa

Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu decifrar o DNA dos pêlos de um mamute da Sibéria de 12 mil a 50 mil anos de idade, o que abre caminho para a decodificação de inúmeras espécies extintas. Recorrendo a um método de decodificação por síntese, os geneticistas conseguiram decifrar o DNA mitocondrial (somente transmitido pela mãe) de 13 mamutes, entre eles o célebre mamute Adams, descoberto em 1799 e conservado desde então à temperatura ambiente em um museu da Rússia. Esse novo método deve permitir enriquecer com novos dados genéticos as coleções de Charles Darwin e dos naturalistas do século 18, o alemão Alexander von Humboldt e o sueco Carl von Linné, segundo os autores do estudo. "Os dados genéticos já recopilados por este método abrem caminho para a decodificação da totalidade do genoma do mamute", afirmou Stephan Schuster, da Universidade da Pensilvânia. O DNA fica bem preservado no pêlo, que pode ser achado facilmente nos ambientes frios. Além disso, o cabelo e o pêlo são preferíveis aos ossos como fonte de DNA antigo para obter a mitocôndria. O DNA procedente dos pêlos é bem limpo porque foi preservado em queratina, uma espécie de membrana que parece plástica. A queratina forma 95% do pêlo e se encontra também nos chifres e nas unhas. Outra vantagem é que o pêlo pode ser higienizado sem que se alterem seus materiais genéticos, explicaram os autores da pesquisa. "Se pensarmos em todos os animais dissecados em museus de história do mundo e que pertencem a espécies extintas, há muito trabalho por fazer para decodificar seu DNA", afirma Thomas Gilbert, da Universidade de Copenhague e co-autor do estudo.

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