terça-feira, 4 de setembro de 2007

Organização Internacional do Trabalho diz que produtividade no Brasil caiu em 25 anos

A produtividade dos trabalhadores brasileiros caiu nos últimos 25 anos, e ficou ainda mais distante da registrada nos países desenvolvidos, conforme relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira. Em 1980, um trabalhador no Brasil produzia para a economia, em valor agregado, o equivalente a US$ 15,1 mil por ano. Em 2005, esse valor caiu para US$ 14,7 mil. Segundo os dados da OIT, a produtividade do País em 2005 ficou atrás da registrada em vizinhos sul-americanos, como o Chile (US$ 30,7 mil), a Venezuela (US$ 26,1 mil), o Uruguai (US$ 25,4 mil) e a Argentina (US$ 24,7 mil). Além disso, a distância entre a produtividade no Brasil e nos países desenvolvidos aumentou, especialmente na indústria: em 1980, a produtividade industrial equivalia a 19% da norte-americana, tida como base para comparações. Em 2005, essa relação havia caído para 5%, diz a OIT, dado que a produtividade do trabalhador brasileiro no setor industrial era de US$ 5,7 mil, contra US$ 104,6 mil do trabalhador norte-americano. Se considerados todos os setores da economia, a produtividade do trabalhador brasileiro (US$ 14,7 mil) também fica atrás da do trabalhador norte-americano (US$ 63,9 mil em 2006). Os norte-americanos são referência para a OIT justamente porque lideram o ranking das economias mais produtivas. Ficaram bem à frente do segundo lugar, a Irlanda (US$ 55,9 mil), e do terceiro, Luxemburgo (US$ 55,6 mil). A organização explicou que esta vantagem dos EUA em relação aos outros países se deve às longas jornadas trabalhadas no país. Entretanto, a duração da jornada não é o principal fator a determinar a produtividade de uma economia, e sim uma combinação eficiente de capital, trabalho e tecnologia. Se a medição da produtividade for por hora, a Noruega fica em primeiro lugar no ranking. Um trabalhador norueguês produz US$ 37,99 a cada hora trabalhada, à frente dos seus colegas norte-americanos (US$ 35,63) e franceses (US$ 35,08). Nos países em desenvolvimento, destacou a OIT, a falta de investimentos em formação e capacitação de pessoal, equipamentos e tecnologia acaba levando a uma "subutilização do potencial da mão-de-obra no mundo". Outro ponto destacado no documento foi o avanço dos países do Leste Asiático, que produzem hoje o dobro do que produziam há dez anos. A região foi a que registrou mais aumentos no mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

O mérito da Irlanda estar em segundo lugar não é dos irlandeses, uma vez que a maioria dos trabalhadores daquele país são estrangeiros (tanto do sul quanto do leste europeu).