O governo argentino determinou o fechamento nesta quarta-feira da refinaria da anglo-holandesa Shell na periferia de Buenos Aires, alegando questões ambientais. Esse é mais um round da briga entre a multinacional e o governo argentino. Entre os motivos alegados, a secretaria afirma que a companhia "não tem autorização para retirar 18,4 milhões de litros de água por hora do rio Riachuelo ou do rio da Prata", dois importantes mananciais de Buenos Aires. A Shell Capsa, que refina e armazena petróleo e derivados, está situada no Pólo Petroquímico de Dock Sud, às margens do rio Matanza-Riachuelo, na localidade de Avellaneda (periferia sul de Buenos Aires). O Matanza-Riachuelo, que desemboca no rio da Prata, é o mais poluído do país e com seus 64 quilômetros atravessa 11 localidades densamente povoadas da periferia sul de Buenos Aires, que concentram 13,5% da população argentina. A secretaria destacou que foram constatados ainda "perdas e vazamentos" de petróleo e que "os testes de solo mostram contaminação" e má gestão de resíduos perigosos. Segundo o órgão do meio ambiente, a unidade da Petrobras Energia também "está sendo inspecionada" sobre sua situação ambiental. O fechamento da refinaria surge como mais um capítulo da longa briga entre a Shell e o governo de Néstor Kirchner. O conflito teve seu clímax em março de 2005, quando Kirchner pediu aos argentinos que boicotassem a Shell e vários postos de gasolina da empresa foram isolados por manifestantes.
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