quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Funcionária de Renan nega esquema denunciado por seu ex-marido
Pivô das novas denúncias contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Flávia Garcia, servidora do Senado Federal, apresentou nesta terça-feira sua versão sobre o envolvimento do senador Renan Calheiros em um esquema de desvio de dinheiro público em ministérios chefiados pelo PMDB. As denúncias foram reveladas pelo advogado Bruno de Miranda Lins, ex-marido de Flávia, que acusa o pai da funcionária de operar o esquema para políticos do PMDB, entre eles o próprio presidente do Senado. Flávia, que trabalha com Renan, disse que seu ex-marido decidiu tornar públicas as denúncias contra o presidente do Senado apenas para prejudicá-la no processo de separação litigiosa. A servidora nega que Lins tenha amplo contato com sua família a ponto de ter conhecimento do suposto esquema operado pelo seu pai, o empresário Luiz Garcia Coelho. "Ele não tinha relacionamento nenhum com a minha família. Nos separamos pela primeira vez em 2003, mas decidimos voltar contra a vontade da minha família. Desde então, ele freqüentou muito pouco a casa dos meus pais. O meu pai, que é tachado como lobista, não tinha mais nenhuma empresa para operar um esquema desses nessa época", afirmou ela. Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal no ano passado --prestado em meio ao processo de separação litigiosa- o advogado acusou o ex-sogro de operar o esquema para diversos políticos do PMDB, entre os quais Renan, com recursos desviados de ministérios. Lins disse que, como freqüentava as reuniões promovidas por Coelho, teve acesso às informações sobre as irregularidades que teriam a participação de Renan. Segundo o advogado, Coelho teria montado um esquema de arrecadação de dinheiro para Renan em ministérios controlados pelo PMDB, como a Previdência e a Saúde. Não especificou, porém, desde quando o esquema estaria em funcionamento. Afirmou que ele próprio foi buscar pessoalmente em pelo menos seis ocasiões o dinheiro da suposta propina em sacolas. Flávia negou o envolvimento de seu pai no suposto esquema revelado por Lins. Segundo a servidora, Coelho não era mais proprietário de empresas --como alega o seu ex-marido-- no período das denúncias. "O presidente Renan é amigo da minha família há mais de 30 anos. O senador foi meu padrinho de casamento, não dele [Lins]. O Bruno não é nem advogado como afirma ser, não tem nem registro da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]. Ele tenta me atingir no processo de separação às custas do meu chefe. Eu fico pasma que meu pai, que trabalhou a vida inteira, seja chamado de lobista, enquanto ele é tachado de advogado, mesmo sem ser." Flávia se separou em definitivo de Lins em março do ano passado. Em agosto de 2006, quando deu início ao processo de separação litigiosa na Justiça, a servidora disse que Lins passou a tentar tirar vantagens do divórcio. Flávia afirmou que o ex-marido pediu à Justiça para receber 20% do salário dela como pensão alimentícia, metade da casa de seu pai, onde ela mora com as filhas, e parte do dinheiro arrecado com o leilão dos móveis da casa.
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