segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Ex-marido de assessora de Renan revela mais detalhes de propinas para a Veja
O advogado Bruno Brito Lins (ex-marido de uma funcionária do gabinete do senador Renan Calheiros) revelou, em entrevista à revista Veja, novos detalhes do esquema de propinas envolvendo Calheiros e outros políticos do PMDB com o banco BMG. Ele teria entregue, em março de 2005, R$ 150 mil ao então presidente do INSS e hoje deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT), como retribuição por portaria que beneficiava o banco. Segundo ele, José Roberto Leão, ex-diretor do Dataprev, teria recebido R$ 50 mil. Bruno teria retirado R$ 2,8 milhões da instituição. Bruno também contou como teria sido a articulação do BMG para retirar Amir Lando do Ministério da Previdência e substituí-lo pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), hoje líder do governo no Senado. Tudo teria sido intermediado pelo seu ex-sogro, o lobista Luiz Garcia Coelho. "Eu presenciei conversas e ouvi telefonemas nos quais o pessoal do BMG e o Luiz Coelho começaram a confabular para tirar o Amir Lando da Previdência e colocar outra pessoa", disse Bruno. De acordo com a entrevista, antes da posse de Jucá, o próprio presidente do BMG, Ricardo Guimarães, teria ido junto com dois diretores do banco ao gabinete do senador. O BMG teria sido favorecido nos empréstimos consignados a aposentados. O advogado reforçou a tese de que o sogro agia a serviço do presidente do Senado. Segundo ele, na intimidade, Luiz se referia a Calheiros como "chefe". O lobista, de acordo com a reportagem, também se utilizava do cargo da filha no gabinete do senador para marcar reuniões com integrantes do governo. Bruno revelou também uma tentativa de golpe no fundo de pensão dos Correios, o Postalis. Seria construído um resort na cidade de Trancoso, na Bahia, integralmente custeado pela instituição, que pagaria R$ 250 milhões. Mas Luiz e Calheiros ganhariam participação como sócios.
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