sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Está provado, alunos do Julinho são mesmo “analfabetos funcionais”

No último dia 6 de setembro, o jornalista Vitor Vieira, editor de Videversus, postou uma matéria comentando protesto descabido dos estudantes do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, da rede pública do Estado do Rio Grande do Sul, que dormiam na frente da escola, manifestando oposição ao projeto de “enturmação” da Secretaria da Educação. Alguns estudantes não gostaram da nota de Videversus e enviaram seus comentários. O editor de Videversus pensou em não publicá-los. Acabou decidindo publicar para comprovar a sua tese, na prática, sobre o analfabetismo funcional desses estudantes. Uma das postagens foi feita por uma suposta estudante que se chama de Gabriela. Diz seu comentário: “Pura sacanagem isso!!!! Quem escreveu essa barbaridade?? Quem escreveu frequenta o julinho pra dizer q ele hoje é um lixo??? Acho q não, né! A pessoa q escreveu isso não sabe direito como tá o colegio hoje. O julinho não tá um lixo pelo contrario, tá sempre na luta por uma educação publica melhor!!! Quem é tu pra dizer q hoje só se forma marginal??? Na real o marginal é tu e não os estudantes do julinho!! Na boa... Vá se fuder, desgraçado!!! (Gabriela)”. Aí está. Além de analfabeta funcional, porque não sabe escrever, não tem a mínima noção de gramática, ainda é uma desqualificada. O segundo comentário postado, de alguém que não coloca sua assinatura, diz: “Bah q viaje.. Quem é o ignorante q escreveu isso??? Pura ignorancia mesmo! O Julinho não é uma lixeira como tu disse, pelo contrario, julinho tá sempre na luta por uma educação publica melhor!!!!!”. A nota publicada no dia 6 de setembro dizia o seguinte: “Alunos dormem em frente ao Colégio Júlio de Castilhos em Porto Alegre - Os porto-alegrenses se deparam, há vários dias, com uma cena insólita: alunos do colégio estadual mais tradicional do Rio Grande do Sul, o Júlio de Castilhos, dormindo na frente da escola, em barracas, supostamente fazendo uma vigília para protestar contra o governo estadual e a secretária de Educação, Mariza Abreu. A fonte original para o protesto é a decisão do governo de promover a ‘enturmação’ nas escolas públicas gaúchas. O que vem a ser isto? Ora, na educação pública do Rio Grande do Sul, as escolas começam o ano com suas turmas lotadas, em torno de 40 alunos. Logo ao final do mês de abril essas turmas já estão bastante desfalcadas. Na metade do ano não têm mais do que 10 alunos. Grande parte dos alunos se matriculam apenas para ganhar um atestado de que cursam escola, e assim podem se candidatar a uma vaga de trabalho como estagiários. Ninguém quer, na verdade, estudar. A petezada gaúcha, naturalmente, se colocou contra o plano de “enturmação” da Secretaria da Educação, que significa reduzir várias turmas pequenas a uma única turma. Isso implica em demitir professores desnecessários, o que quebra um tabu de petezudos e petralhas, o de que sempre falta professor ‘por causa dos políticos de partidos neo-liberais, que são contra a educação’. Isso é uma patifaria, mas é a verdade. O Colégio Estadual Júlio de Castilhos foi um dos mais tradicionais e importantes da educação brasileira. Hoje é uma lixeira, com alunos e professores desqualificados, todo mundo fazendo de conta que cumpre um papel. Para se ter uma idéia do papel vergonhoso do Julio de Castilhos: mais de 50% dos alunos da escola ‘rodam’ todos os anos. Isso também ‘roda’ quase a totalidade dos professores. Pensando bem a sério: a) ou essa escola é fechada, por ser absolutamente inútil e difamadora da educação no Rio Grande do Sul, ou 2) entrega-se a escola para a gestão da Brigada Militar, que tranca suas portas e faz funcionar ali um verdadeiro colégio modelo, como aquele que é gerenciado pela corporação, e que é a melhor escola pública do Rio Grande do Sul, a Escola Tiradentes. Nessa escola todos os alunos têm aulas o dia inteiro, usam uniforme, comportam-se disciplinada e civilizadamente, e adoram a escola. Esses que estão acampados na praça em frente ao Júlio de Castilhos conspurcam a história da escola. O Júlio de Castilhos iniciou o ano com 3.600 matriculados. Não tem nem um terço disso comparecendo às aulas agora em setembro. E os professores são um fracasso total, na média, porque alguns ainda se salvam. O editor de Videversus recebeu, em 2006, telefonemas de professores do Julio de Castilhos indignados com o estado de coisas na escola. Ainda bem que o Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas vai iniciar uma ampla auditoria da situação operacional da educação gaúcha. Vai ser interessante o resultado inevitável a ser levantado pelos auditores, porque ficará comprovado, de maneira irrefutável, que é a mais deslavada mentira tudo que tem sido afirmado nas últimas décadas pelo sindicato petista e cutista dos professores. Em tempo: o editor de Videversus foi aluno do Julio de Castilhos, fez parte de jogral, de grupo de teatro, do grêmio estudantil e atuou como liderança estudantil. Naquela época, aos 14 anos, estudantes secundaristas liam Jean Paul Sartre. Hoje, o que lêem os estudantes? Nada.....nada..... nada... No segundo grau, são analfabetos funcionais. O Júlio de Castilhos foi a maior escola formadora de líderes do País. Getúlio Vargas estudou na escola. Hoje quase só forma candidato a marginal. Ou se fecha o Júlio de Castilhos, ou muda o nome da escola. Para quem não sabe, e todos os estudantes do colégio não devem saber: Júlio de Castilhos, o fundador do Partido Republicano no Rio Grande do Sul, foi autor do pensamento (autoritário, é verdade) que preside a vida pública brasileira até hoje. Mas, exigir esse conhecimento de algum aluno do Júlio de Castilhos, decididamente, seria exigir demasiado. O editor de Videversus tem opinião formada: é preciso entregar a Escola Estadual Júlio de Castilhos para a Brigada Militar. Das 2.856 escolas públicas estaduais gaúchas, informa a Secretaria de Educação, 745 delas já fizeram reorganizações (“enturmações”) desde julho, resultando na redução de 1.590 turmas. Por aí dá para imaginar a monstruosidade de desperdício que o contribuinte gaúcho está obrigado a pagar”. O jornalista Vitor Vieira mantém e reafirma tudo o que disse sobre a educação atual no Colégio Estadual Júlio de Castilhos.

10 comentários:

Anônimo disse...

Lamentável.

Yuri Vastuk disse...

É de fato lamentável as matérias postadas aqui pelo "jornalista" Vitor Vieira. Pois alem de mostrar dados que não tem fundamento, pois se reprovam todo ano 50%, se os professores não tem qualificação, de quem é a culpa? Não seria do GOVERNO!!! Analfabetismo funcional, desqualificação, quando ele fez uma critica a uma aluna da escola que estava defendendo a sua escola ela usou dos erros de gramática, mais seu Vitor você é de fato um jornalista que prestou uma "faculdade" quer que um aluno secundarista que estuda num colegio que vem sofrendo um sucateamento ano gestão pós gestão do governo do estado sendo de "esquerda" ou sendo de "direita", eu te pergunto onde esta o teu registro de jornalista, e tu não aprendeu na escola a usar virgulas em textos, ai sim eu digo você é que é desqualificado para poder de fato publicar uma matéria num jornal de fato respeitado . Realmente Lamentavel..
Estudante da Escola Julio De Castilhos
Yuri Vastuk

Anônimo disse...

Completamente lamentável a postura da grande mídia que sempre está preparada para marginalizar os movimentos sociais. O jornalista em questão agiu de forma infantil e oportunista, utilizando a forma coloquial de se expressar da estudante para ter argumentos capazes de ridicularizar o movimento secundarista gaúcho. Fico a me perguntar o que ganha esses jornalistas em defenderem a verdade de um Estado que não os representa.

Karla Dias
Grêmio Livre Estudantil Bertold Brecht- ETESP- SP
"A luta de um estudante é a luta de todos os estudantes"

Anônimo disse...

que nem se diz no filme tropa de elite pede pra sair...
como você acha que se conquistou inúmeros direitos que temos hoje, e que você ultiliza?
Lutando na rua SIM , muita gente antigamente perdeu suas vidas na ditadura para conquistar direitos escolares de boa qualidade para seus filhos e para os seus também.
para você chegar cantando de galo no galinheiro, se achando o tal que não sabe nem um pouco da relidade que é o privilégio de estudar onde grandes autores,nomes importantes da sociedade estudaram , que você esta pensando seu preconceituoso...
aqui ninguém é analfabeto mutos passam na urfgs, enquanto o senhor deve ser um filho de papai que faz curço e pagou para passar na ulbra, pois cultura da para ver que não tens nem uma...
não fale o que não sabe...

Unknown disse...

Sinto muito em discordar dessa grande baboseira considerada uma matéria. O Colégio Júlio de Castilhos sempre foi um exemplo de democracia, cidadania, justiça. Logo se percebe o quão erronia é a opinião dada ao colégio. O Julinho pode não ser mais um exemplo na educação pública mas ainda tem pessoas sérias e comprometidas com a educação, ainda tem alunos que são dedicados e estudiosos, um grande exemplo. Enquanto nos outros colégios se aprende matemática, português, química; no Julinho, além disso, nós aprendemos democracia, direitos iguais, aprendemos a ligar com a diferença, aprendemos a amar uma instituição de ensino não só pelo que é hoje mas pelo que foi ontem. Vitor, espero que possa conhecer de verdade o meu colégio, no qual eu me ergulho muito de ter estudado. Bruna Luvizon Martinelli, aluna Juliana.

Anônimo disse...

SÓ PODE SER BURGUES Q NEM IDEIA DO QUANTO EU APRENDI ESTUDANDO NO JULINHO ...MELHOR COLÉGIO ...

Anônimo disse...

Não é culpa do colégio que 60% dos alunos lá dentro sejam marginais e que o governo não consiga contratar proficionais capacitados a ensinar.
Eu estudei no Julinho e passei na ufrgs direto, assim como vários de meus amigos.
Então não culpe o colégio por algo que o governo deveria organizar, pois quando estudei lá estava praticamente "caindo aos pedaços".
Concordo que seria melhor se o colegio virasse militar, pois organização e respeito seriam maiores com certeza e, pessoas como tu, teriam medo de fazer uma materia como a que foi escrita acima.

Daniel Paschoal Zanini disse...

Educação

A educação é um dever do Estado para com o cidadão. O Estado (digo Estado no sentido de União) deve oferecer a seus cidadãos uma educação de qualidade, com professores atualizados e com uma remuneração digna. Entretanto, é dever do cidadão educar seus filhos de forma que estes aproveitem a oportunidade oferecida. Não podemos criticar o governo por implementar uma política educacional se nem ao menos tentamos fazer com que ela dê certo. Senhores cidadãos, acreditem em seus governante. Se estes estiverem errados, escolham novos representantes. É o voto, a arma da democracia, que garante o sucesso das políticas administrativas e educacionais de um governo.

Anônimo disse...

"O jornalista Vitor Vieira se precipitou,pois o colégio julio de castilhos tem a capacidade de formar alunos inteligentes e interessados pelo estudo,uma pessoa sensata não chamaria escola alguma de lixeira,por questão de educação e princípios,eu sou aluna da escola julio de castilhos,não me orgulho, mas também não faço pouco caso da escola.É muito radical chamar uma escola de lixeira,a pessoa que usa tal palavra talvez deva rever seus conceitos como ser humano e por a mão na conciência,por que estou no terceiro ano e esses tres anos eu vivi bons momentos o suficiente para saber que o julinho apesar de tudo não é uma lixeira e existem professores muito competentes."

Unknown disse...

Vamos lotar as salas de aula!!! O professor não precissa saber das necessidades de cada aluno, vamos fazer um verdadeiro depósito de pessoas