terça-feira, 4 de setembro de 2007
Clube Naval tira nota ainda mais forte sobre livro da ditadura do governo Lula
O Clube Naval foi ainda mais incisivo do que o Exército e reagiu com uma nota irada à forma como foi lançado, pelo governo Lula, o livro “Direito à Memória e à Verdade”, que relata torturas e casos de desaparecidos políticos durante o regime militar. A nota do Clube, divulgada na última sexta-feira, mesmo dia da nota do Exército, chama de "bravata, fora de propósito, aliás", o pronunciamento do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que afirmou, no lançamento do livro, que "não haverá indivíduo que possa reagir (ao livro) e, se houver, terá resposta". A íntegra do nota do Clube Naval é a seguinte: “Entre perplexos e indignados, presenciamos o triste espetáculo do lançamento, em Brasília, de um livro carregado de ressentimentos e inverdades. Obviamente, não foi o livro em si o motivo da revolta. Afinal, muitas outras obras do gênero já foram publicadas e, em uma democracia, devemos admitir que todos têm o direito de expressar suas idéias. O sentimento de afronta tem origem no caráter oficial dado ao ato, na presença do próprio Presidente da República, Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, e na infeliz participação do Ministro da Defesa. No momento em que o governo prega, e a sociedade reclama, a concórdia e o desarmamento dos espíritos, tal solenidade agride o bom senso e não serve ao povo brasileiro. O Ministro Jobim chegou ao Ministério no bojo de grave crise e, desde os primeiros momentos, demonstrou vontade de acertar, conseguindo passar à opinião pública algumas qualidades importantes: apetite para o exercício da autoridade, algo mais do que necessário; vontade de participar das atividades desenvolvidas no âmbito das Forças, algo desejável a quem pretenda entender as peculiaridades do cargo; e percepção rápida de uma prioridade primordial - aumentar a dotação orçamentária das Forças Armadas, essencial a um País que tenha pretensões de ser respeitado no cenário internacional. Nesse contexto, é preferível entender a despropositada ameaça proferida pelo Ministro apenas como uma infeliz figura de retórica, que soa como pequena bravata, fora de propósito, aliás. Almirante de Esquadra José Julio Pedrosa, Presidente do Clube Naval”.
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