domingo, 30 de setembro de 2007

Brasil perdeu R$ 3 bilhões com crise aérea

Em um ano após o acidente do Boeing da Gol, que bateu em vôo com o jatinho Legacy da empresa norte-americana ExcelAire, mais o desastre do Airbus A320 da TAM, ambos somando 353 famílias enlutadas, no que se constituíram nos dois maiores acidentes da aviação comercial brasileira, os prejuízos registrados pelo Brasil são imensos. Nos últimos 365 dias, o Brasil perdeu cerca de R$ 3 bilhões, o mesmo valor do orçamento da saúde na cidade de São Paulo, ou duas vezes mais do que é gasto anualmente pelo governo federal em projetos e pesquisas de ciência e tecnologia. A estimativa foi feita pela empresa de consultoria econômica MB Associados, comandada pelo ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros. "O impacto da crise afetou toda a cadeia hoteleira, empresas de turismo e de restaurantes, além de reduzir os investimentos em diversos Estados", diz o economista Sergio Vale, autor da pesquisa. "O turismo de negócios certamente foi o mais afetado. Devemos cair da posição de sétimo maior receptor de eventos internacionais do mundo”. O prejuízo só em vôos domésticos foi calculado em R$ 250 milhões a R$ 300 milhões. As estimativas mostram que se perdeu quase 1 bilhão de passageiros-quilômetro (produto da quantidade de passageiros por quilômetro voado em cada trecho) por causa do caos na aviação. Em outras palavras, as empresas cresceram 6% no acumulado de 12 meses, quando poderiam ter chegado a 11,25%, índice próximo dos 12,6% de 2006. No caso dos vôos internacionais, a perda foi ainda maior. A queda de passageiros-quilômetros acumulada em 12 meses foi de 41,4%, utilizando-se apenas dados de empresas nacionais que fazem rotas internacionais. Pelas mesmas projeções, a MB chegou ao R$ 1,53 bilhão que se deixou de ganhar. A crise aérea não afetou só os cofres das companhias aéreas brasileiras, mas também o resultado de cerca de 50 setores diferentes da economia que dependem dos turistas para sobreviver, dos táxis e restaurantes aos apartamentos da rede hoteleira e lojas comerciais.

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