quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A economista petista Maria da Conceição Tavares ressuscita

O Brasil está muito bem, mas se houver uma depressão nos Estados Unidos, nenhum país escapa, nem a China, acredita a economista Maria da Conceição Tavares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ex-deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro. "Uma 'crisinha' como esta, tudo bem. Se der um 'crisão', danou", disse ela nesta segunda-feira, em aula inaugural de curso sobre desenvolvimento brasileiro, promovido pelo Centro Cultural Celso Furtado. Para a economista, que se orgulha de ser de "esquerda" e de ter tido formação estruturalista, mas também monetarista, "a única vantagem deste Banco Central conservador foi ter acumulado reservas". Ela citou também a diminuição da dívida externa pública como ponto positivo para o Brasil em relação às turbulências atuais. Lembrou, por outro lado, que existe uma dívida externa de curto prazo das empresas. Para Conceição, que foi deputada federal pelo PT e tem diversos amigos no governo, entre os quais o presidente Lula, o Brasil tem um potencial de crescimento maior que o do México, Canadá e os países da África, mas não igual aos da Ásia. O motivo é que os asiáticos "ainda estão passando por um ciclo de urbanização e industrialização pesada", e o Brasil já é industrializado. Maria da Conceição Tavares, aquela que apareceu na televisão aos brados, chorando, defendendo o plano Cruzado, do falecido ministro Dilson Funaro (da Fazenda - foi o plano que decretrou a caça ao boi no pasto), acredita que o governo está certo em tentar, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), articular as forças do Estado com os agentes privados nacionais e estrangeiros, o que chama de tripé para melhorar os investimentos em infra-estrutura. "O que está atrasado é a infra-estrutura. O PAC vai rastejando assim como o Plano de Metas do JK (ex-presidente Juscelino Kubitscheck) foi rastejando". Ela elogiou a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pela "paciência de cão" à frente do seu cargo atual e também no anterior, como ministra de Minas e Energia. "Com o PAC, a pobre da ministra vai ter que articular uma coisa que está desarticulada há 20 anos", disse Conceição, que criticou muito o governo Fernando Henrique Cardoso, como costuma fazer, inclusive pelos problemas na energia. Segundo Conceição, o Brasil não tem atualmente um modelo econômico definido.

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