quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Presidente mundial da New Holland diz que o agronegócio é a galinha dos ovos de ouro do Brasil


Presidente mundial da montadora New Holland, que atua com tratores e colheitadeiras, o italiano Carlo Lambro vem ao Brasil de dois em dois meses. Diz ele: "O Brasil é uma das áreas mais importantes para a empresa; tem um potencial enorme. A crise não mudou nada nossos planos de investimento". Em dezembro, ele esteve em Curitiba, sede de uma das fábricas do grupo. Ao lado do vice-presidente para a América Latina, Alessandro Maritano, balançava a cabeça em consentimento quando o colega falou que o agronegócio é "a galinha dos ovos de ouro" da economia brasileira. "O setor não vai ser impactado facilmente por mudanças políticas, porque tem um peso muito grande. Quem mexer pode matar a galinha dos ovos de ouro", diz Maritano, que lidera as operações no Brasil. Para os executivos, o agronegócio tem ajudado a arrefecer a crise e pode impor uma marca positiva no PIB brasileiro ainda em 2017. "Há fazendas no Brasil que são grandes como uma região da Itália. Milhares de hectares, imagine", comenta Lambro: "É um nível de investimento e abertura muito maior". A empresa, que trabalha especialmente com pequenos e médios agricultores, viu uma retração nas vendas nos últimos dois anos: caíram entre 50% e 60%, uma "queda dramática", segundo Lambro. A partir de outubro houve uma "tendência de inversão". Em novembro, as vendas da New Holland quase dobraram em relação ao mesmo mês de 2015 — e a expectativa é positiva para 2017. O italiano prevê um crescimento de 15% a 20% no mercado de máquinas agrícolas brasileiro. A New Holland detém 31% dele em colheitadeiras e 18% em tratores. Para Lambro, a instabilidade política brasileira causou mais prejuízo do que a crise econômica em si, ao mexer com as expectativas dos agricultores: "O agricultor brasileiro gosta de investir no seu negócio. Mas, se o quadro não é positivo, ele espera". A escolha do sojicultor Blairo Maggi como ministro da Agricultura, por sua vez, deu segurança ao setor, segundo Maritano, e ajudou a retomar investimentos. Para o futuro, a empresa aposta em combustíveis renováveis: está em fase final de testes no Brasil um trator movido a biometano, com dejetos de animais ou biomassa. O equipamento está em testes no interior do Paraná, numa parceria com a Itaipu Binacional.

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