sábado, 1 de outubro de 2016

No 25º dia, greve dos bancários fecha 56% das agências do País

A greve nacional dos bancários completou 25 dias nesta sexta-feira com uma pequena redução na participação dos trabalhadores em relação à véspera. O número de agências com as atividades paralisadas foi de 13.246, ou 56% do total do País, contra 13.234 de quarta-feira. Para Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a greve deve permanecer num patamar muito alto, mesmo sem a perspectiva de uma nova proposta por parte dos bancos. Na quarta-feira, depois de uma rodada de negociação iniciada na terça, os bancos formalizaram uma nova oferta, que mantém os 7% de reajuste salarial oferecidos anteriormente, mas melhora o abono em R$ 200,00 para R$ 3,5 mil, e já garante que em 2017 haverá aumento real de 0,5%. A categoria, no entanto, rejeitou a proposta na mesa de negociação, que foi a nona ocorrida entre as partes. É a segunda vez, desde o início da mobilização, que os trabalhadores rejeitam uma proposta durante reunião com os bancos. Na segunda-feira, os sindicatos realizarão assembléias em todo o País para definir o futuro da greve. Neste período, também aguardam uma chamado da Federação dos Bancos (Fenaban) para uma nova rodada de negociação. "Mesmo com pequenas variações para cima e para baixo, essa é, sem dúvida, a maior greve da categoria, considerando o número de locais aderidos. Está na hora de os bancos ouvirem a voz da sociedade e apresentarem uma proposta que possa encerrar o conflito. Só depende deles. Nós vamos continuar lutando para defender o salário de nossas famílias", disse Osten. Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, afirmou que as negociações têm sido muito complicadas. Não à toa, esta é a greve mais longa da história, superando a do ano passado que durou 21 dias. Segundo a sindicalistas, há dois pontos cruciais que os trabalhadores não estão dispostos a abrir mão: o percentual do reajuste e a garantia dos empregos. Mas é justamente nestes dois pontos que os bancos se mostram inflexíveis. "Os bancos lucraram juntos R$ 30 bilhões no primeiro semestre. E, mesmo assim, nos oferecem um reajuste que representa perda de 2,8% nos salários. Além disso, não querem se comprometer com a manutenção dos empregos e isso é muito importante para nós", disse. Os trabalhadores entregaram a pauta de reivindicações no dia 9 de agosto. A data-base da categoria é 1º de setembro e a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem validade nacional. Em todo o País, a categoria soma cerca de 512 mil pessoas. Os bancários pedem também participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; piso salarial de R$ 3.940,24; vales-alimentação, refeição, décima-terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor do salário mínimo nacional (R$ 880,00); 14º salário; fim das metas abusivas e assédio moral; fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e à precarização das condições de trabalho; mais segurança nas agências bancárias e auxílio-educação. 

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