Os Estados Unidos lançaram mísseis de cruzeiro nesta quinta-feira (13) contra três postos com radares costeiros localizados em territórios controlados pelos terroristas houthi no Iêmen, em retaliação ao lançamento no final de semana de dois foguetes em direção a um navio de guerra americano no Mar Vermelho. "Esses ataques limitados de autodefesa foram realizados para proteger nossos funcionários, nossas embarcações e nossa liberdade de navegação nessa importante passagem marítima", disse em comunicado o secretário de imprensa do Pentágono, Peter Cook.
Esta é a primeira vez em que os Estados Unidos se envolvem em ataques diretos contra os rebeldes houthi, contrários ao governo do Iêmen, que é apoiado pelo Ocidente e pela Arábia Saudita. Até agora, a participação americana no conflito iemenita se limitava a dar suporte técnico à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no país contra os houthis. Os Estados Unidos também mantém atividades militares no Iêmen tendo como alvo posições da filial da rede terrorista Al Qaeda na Península Arábica. Não há informações sobre se o ataque americano deixou mortos ou feridos. Uma autoridade militar disse em condição de anonimato à agência de notícias Associated Press que os três postos com radares costeiros alvejados ficam em áreas remotas, sendo baixos os riscos de civis serem atingidos. O militar também disse que os mísseis de cruzeiro foram lançados pelo navio USS Nitze. Segundo o Pentágono, os ataques foram autorizados pelo presidente Barack Obama.
Na segunda-feira (10), os Estados Unidos informaram que dois mísseis haviam sido lançados no dia anterior de áreas controladas pelos rebeldes no Iêmen contra o navio USS Mason no Mar Vermelho. Nenhum dos projéteis acertou a embarcação. Os houthis negaram terem sido responsáveis pelo incidente e disseram que as acusações contra eles têm como objetivo "criar falsas justificativas" para intensificar ataques contra a população iemenita. Horas após a retaliação americana contra os rebeldes iemenitas, o Irã, aliado dos houthi, anunciou o envio de dois navios de guerra ao Mar Vermelho. Embora o pretexto da manobra seja a realização de patrulhas antipirataria na região, o anúncio iraniano parece ser um sinal de alerta e ameaça aos Estados Unidos. Os houthi iniciaram há dois anos uma revolta contra o governo do Iêmen, conquistando partes do território do país, inclusive a capital, Sanaa, e forçando o presidente Abdo Rabbo Mansur Hadi a se exilar na Arábia Saudita. Em março do ano passado, a Arábia Saudita iniciou uma intervenção militar no país buscando restaurar o governo de Hadi. Desde então, cerca de 10 mil pessoas foram mortas. Os houthi têm apoio do Irã e são aliados do ex-ditador Ali Abdullah Saleh, deposto em 2011 no contexto do levante popular conhecido como Primavera Árabe. A guerra civil ameaça fragmentar o território do Iêmen, país mais pobre do Oriente Médio.
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