quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dupla derrota do governo antecipa o desastre para Dilma

Conforme se anteviu aqui, o Tribunal de Contas da União rejeitou por unanimidade a suspeição do ministro Augusto Nardes, aprovando o parecer do corregedor, Raimundo Carreiro. Escrevi neste blog que a acusação de que Nardes havia antecipado voto era absurda porque o dito-cujo já era conhecido desde quando o relatório prévio foi encaminhado ao governo para que desse explicações. Ora, tratava-se, então, de uma rejeição. Não havia a menor dúvida a respeito. E foi o que disse Raimundo Carreiro: “A presente manifestação é improcedente. As matérias se traduzem em declarações do ministro Nardes em reproduzir o relatório do próprio ministro. Nada há nas declarações do ministro Nardes que traga alguma novidade ou configure juízo de valor sobre as contas da Presidência da República”. Mais cedo, o ministro Luiz Fux, do STF, já havia negado pedido de liminar para suspender a sessão, encaminhado por Luís Inácio Adams, advogado-geral da União. É a crônica de derrotas anunciadas. Era certo como a luz do dia que a corregedoria do TCU negaria a suspeição de Nardes. Também parecia remotíssima a possibilidade de o STF se meter no tribunal. Até porque, vamos convir, o TCU se chama “tribunal” por uma espécie de licença. Ali, de fato, não se julga nada. Tome-se o caso das contas: o órgão vai encaminhar ao Congresso uma avaliação, e este é soberano para rejeitá-la. Não é possível que o governo não antevisse as derrotas. Então pra que a confusão? É o fantasma do impeachment que dita todas as decisões. O objetivo é colar na votação a pecha de ilegítima, pondo todo o tribunal sob suspeição. Não por acaso, na véspera da sessão, veio à luz mais uma denúncia contra Nardes. É o governo sob o comando do Pixuleco: a ordem é partir para o confronto. Até agora, deu tudo errado. Por Reinaldo Azevedo

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