quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OPERAÇÃO MIQUÉIAS DEIXA BRASÍLIA EM SOBRESSALTO, COM A REAPARIÇÃO DA CAFETINA JEANY MARY CORNER

As investigações da Polícia Federal na Operação Miquéias ressuscitam uma personagem que já abalou as estruturas de Brasília e contribuiu até mesmo para a queda do então ministro da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci. A figura em questão é a Jeany Mary Corner, "empresária" acusada de agenciar garotas de programa que circulavam pelos corredores do poder nos primeiros anos do governo Lula e participaram de festas com assessores de Palocci, na famigerada Mansão da República de Ribeirão Preto. Agora, algumas das “pastinhas”, meninas usadas pela quadrilha desbarata pela Polícia Federal na Operação Miquéias para cooptar prefeitos, políticos e gestores, eram ligadas a Jeany Mary. Ela nega. “Quem acusa é quem tem que provar. É tudo mentira", disse. "Brasília inteira sabe, eu não faço mais nada disso", disse ela. A quadrilha desviava recursos de fundos de pensão de prefeituras e governos estaduais e os agentes da Polícia Federal efetuaram mandados e prisões em nove Estados e no Distrito Federal. A polícia diz que as “pastinhas”, nem todas prostitutas, tinham como função atrair políticos e gestores. Os encontros eram marcados em locais mais íntimos e depois, se a conversa prosperasse, elas os apresentavam aos líderes e membros da quadrilha. Há outro personagem que aparece nos dois episódios: o doleiro Fayed Antoine Traboulsi. Ele foi preso na Operação Miquéias acusado de ser um dos chefes da quadrilha que desviava recursos dos fundos de pensão. Fayed é figura carimbada em Brasília e no escândalo Jeany Mary também teve seu nome envolvido. Em 2003, Jeany, além de fornecer garotas para animar as festas de assessores de Palocci, também participou de um esquema que teria repassado propina a deputados federais. O operador dessa rede era Rogério Buratti, petista de Ribeirão Preto, então assessor de Palocci, e que se apaixonou por uma das garotas de Jeany Mary Corner. “Para ajudar Buratti a operar o esquema, ela (Jeany) o apresentou aos doleiros de Brasília, Fayed Antoine Traboulsi e Chico Gordo”, disse a revista Veja na ocasião. Em Goiás, uma "pastinha" já virou musa da Operação Miquéias. É Luciane Hoepers. Ela foi flagrada em um almoço com os deputados Daniel Vilela, Leandro Vilela e Samuel Belchior. O Jornal Nacional mostrou na segunda-feira que, em uma das gravações da Polícia Federal, Samuel chama a musa de “chefa” e diz a Luciane: “Estou trabalhando bonito procê”. Luciane foi presa na Operação Miquéias, mas continua a alimentar a imaginação dos políticos de Goiás.

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