terça-feira, 31 de julho de 2012

Área exploratória de petróleo no Brasil cai 66% após pré-sal

O setor de petróleo brasileiro brilha menos em relação à época da descoberta do pré-sal, e até o fim do ano toda a área exploratória sob concessão, incluindo o pós-sal, será apenas um terço do que era há quatro anos, segundo projeção do CBIE, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O último leilão de concessões realizado pelo governo foi em 2008, e desde então empresas de petróleo vêm devolvendo à União blocos sem que nenhuma área nova seja ofertada, o que explica a redução da área concessionada. "Sem novas áreas (colocadas em leilão), as reservas de petróleo do País vão diminuir no futuro. Sem reservas, não há produção. E sem produção não há royalties. A falta de novas licitações está afastando os investidores", disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Além disso, segundo Pires, as revisões para baixo nas projeções de longo prazo de produção da Petrobras e OGX, a alta interferência política no setor, com o governo atuando para garantir riquezas ao País desde o advento do pré-sal, e as multas e processos contra Chevron após vazamentos no campo de Frade, também estão afugentando os investidores estrangeiros. Se nenhuma nova licitação for feita até o fim do ano, a área concedida às empresas de petróleo somará 114 mil quilômetros quadrados, apenas 33% dos 341 mil quilômetros quadrados concedidos em 2009, ano seguinte à 10ª rodada de licitações, a última realizada, segundo o instituto. A primeira grande descoberta do pré-sal, o campo de Tupi, foi feita em 2007, e a maior parte dos importantes achados se deu até 2009. A devolução dos blocos de petróleo é feita por empresas quando os prazos expiram ou quando as áreas não são comercialmente viáveis. Neste ano, empresas como a Petrobras, BG, Sinopec e Exxon devolveram áreas marítimas à União. A Exxon, maior petrolífera mundial, perfurou três poços no bloco BM-S-22, área próxima a Guará, Peroba e Caramba, considerado o "filé" do pré-sal, mas acabou verificando que a concessão não era economicamente viável. Cada poço perfurado custa em torno de 150 milhões de dólares, segundo estimativas de mercado. A Exxon disse que o BM-S-22 era o seu último ativo na área de exploração de petróleo no Brasil. A empresa disse ainda que em 2012 celebra 100 anos no País e que, mesmo sem ativos de petróleo em território nacional, continua com interesse no Brasil.

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