terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Ex-deputada solta pelas Farc chega a Bogotá com provas de vida de reféns

A ex-deputada colombiana Consuelo González de Perdomo, libertada em 10 de janeiro, após mais de seis anos em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização terrorista e traficante de cocaína, chegou nesta segunda-feira a Bogotá, vinda de Caracas, com provas de sobrevivência de várias outras pessoas em cativeiro. A ex-congressista, seqüestrada em 2001, chegou por volta das 22h20min (de Brasília) no aeroporto militar de Bogotá, a bordo de um avião do governo da Venezuela. González de Perdomo, que era integrante da Câmara de Representantes, foi libertada na quinta-feira passada, na região colombiana de Guaviare (sudeste), junto com a ex-candidata à Vice-Presidência da Colômbia, Claras Rojas, que chegou a Bogotá no domingo. Consuelo González de Perdomo chegou à capital colombiana acompanhada por suas filhas Patricia e María Fernanda, que foram se encontrar com ela na Venezuela. No aeroporto, foi recebida por cerca de 30 parentes seus e de outros seqüestrados. O prefeito de Bogotá, Samuel Moreno, também foi ao terminal. Ao chegar, González, vestida com uma camiseta com a frase "liberdade para todos já", recebeu ramos de flores dos parentes de outros oito reféns, cujas provas de vida a ex-parlamentar trouxe consigo. "Nós os esperamos vivos", gritavam. Os reféns são os ex-parlamentares Gloria Polanco de Losada, Jorge Eduardo Gechem e Orlando Beltrán, o ex-governador Alan Jara, o coronel Luis Mendieta, o sargento Enrique Murillo, o capitão William Donato e o sargento Harvey Delgado. Os seus parentes disseram que esperavam receber as cartas e fotos que González trouxe do cativeiro. “Trago uma mensagem de amor para meus companheiros que ficaram cativos na selva. Uma mensagem de otimismo, de esperança e de fé”, acrescentou a ex-congressista. Ela anunciou que se dedicará a trabalhar por um acordo humanitário para a libertação dos seqüestrados. Um de seus planos, antecipou, será "convocar todas as forças do país para criar uma estratégia conjunta com o presidente Álvaro Uribe, com o povo e com outros países, para um processo que tem que terminar com a liberdade dos seqüestrados". Os terroristas pretendem trocar 44 seqüestrados, entre eles políticos, policiais, militares e estrangeiros, por cerca de 500 companheiros de tráfico e outras ações criminosas que estão presos. Além desses seqüestrados, as Farc têm cerca de 700 prisioneiros que servem para os terroristas extorquirem resgates de suas famílias. No domingo, Consuelo González, liberada após um cativeiro de mais de seis anos, pediu ao tiranete venezuelano Hugo Chávez, em seu programa televisivo "Alô Presidente", que interceda perante as Farc para que cessem os seqüestros. Disse ela: "Presidente Chávez, se em alguma oportunidade o senhor puder entabular uma conversa com os porta-vozes das Farc, tente fazer-lhes entender que em uma luta revolucionária, que deve ter como propósito central o homem, não se cometem atos como o seqüestro, porque atentam contra a dignidade humana e toda a possibilidade de instaurar uma democracia na região. Na Colômbia já estamos cansados de pagar com vidas humanas e com sangue humano os interesses de alguns que não são a maioria".

Nenhum comentário: