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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

JP Morgan rebaixa ações de empresas brasileiras e diz preferir o mercado mexicano


Menos de dez dias depois do Morgan Stanley rebaixar a sua recomendação para as ações brasileiras para venda, o JP Morgan também mostra cautela com os ativos locais. Em relatório divulgado na segunda-feira (26), o banco americano aponta que prefere dar “o benefício da dúvida” às ações mexicanas no cenário atual. Com isso, o JP Morgan alterou a sua visão estratégica para o Brasil de “compra” para “neutro”.  O banco aponta que, como um todo, o mercado acionário da América Latina teve um desempenho pior do que o esperado. A região tem o pior desempenho global, com Brasil e México na lanterna da tabela. As bolsas recuam 22% e 28%, respectivamente. Embora enxerguem os preços baixos como atrativos, os analistas apontam que a preferência, no momento, é por ativos mexicanos com base em três fatores: o cenário global favorece o México, o Brasil está aumentando as taxas de juros, enquanto o México está reduzindo e o novo governo mexicano ainda precisa mostrar a que veio

A primeira razão para a mudança na leitura do cenário está na perspectiva de que os Estados Unidos deverão desacelerar a sua economia menos do que a China. O gigante asiático é um dos principais consumidores de diversas commodities brasileiras. Ou seja, uma China mais fraca é má notícia para o Brasil. Apesar de Donald Trump adotar um discurso protecionista, ameaçando colocar tarifas de importação para os produtos mexicanos, o JP Morgan vê um baixo risco para a adoção de uma tarifa ampla para o país.  Além disso, a política monetária de Brasil e México seguem em sinais opostos. Enquanto o Banco Central brasileiro deve seguir elevando os juros acima da casa dos 12% ao ano devido ao receio do mercado com a política fiscal,  a projeção é que o Banco Central mexicano leve a taxa básica para a casa dos 9%. 

O JP Morgan classifica a sua abordagem como “defensiva” no Brasil e no México. No primeiro, as principais apostas são do setor de serviços essenciais, como Eletrobras e Sabesp, setor financeiro (com Itaú, Porto Seguro, Stone e Nubank, e consumo básico, com RD e JBS. No segmento de commodities, a única exceção é a Suzano.  Já no México, as ações preferidas estão no setor de bens de consumo (Gruma, Arca, KOF, Chedraui) e imóveis (Prologis). 

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