João Dal'Aqua, presidente do Sulpetro, disse que a greve dos caminhoneiros está levando o País uma parada generalizada: "Está tudo parando. As distribuidoras pararam de entregar combustíveis e os tanques dos postos esvaziam rapidamente, porque a capacidade de tancagem é pequena. Já há claro desabastecimento de combustível e isto resultará em desabastecimento generalizado na vida brasileira". Ele avisa que dá para segurar a situação por muito pouco tempo: "Acho que a economia e as pessoas segurarão até segunda-feira, mas a partir daí será caos econômico, político e social". João Dal'Aqua confirma que a situação é dramática nos setores de combustíveis e de transportes: "A equação atual é diabólica. A nossa cadeia - eu incluo os caminhoneiros nisto - achatou as margens e eliminou o giro. A Petrobrás sobe os preços todos os dias, a carga tributária come metade do preço do combustível, estamos saindo de uma brutal recessão, o dólar e o preço do petróleo sobem, e além disto ainda temos o processo eleitoral". Ele é categórico sobre a necessidade de o governo produzir algum tipo de acordo satisfatório para os setores de combustíveis e de transporte: "Tem que dar um jeito. Tem que dar. O governo precisa sentar para buscar um acordo que permita que a cadeia da área, sobretudo os caminhoneiros, garantam alguma renda para pagar as contas e viver". A crise está se estendendo rapidamente no Brasil inteiro porque os caminhoneiros autônomos representam no mínimo 40% do setor de transportes: "É no Rio Grande do Sul é mais intenso, porque o Estado é o que tem maior número de caminhoneiros e por isto o movimento é tão forte por aqui. A greve é dos caminhoneiros, mas eles parando, para o País. É o caos. Pára tudo".
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