segunda-feira, 2 de abril de 2018

China determina a suspensão da compra de etanol dos Estados Unidos


A China suspendeu a importação de etanol dos Estados Unidos e busca novos fornecedores, depois que passou a impor tarifas extras de importação contra os produtos que vinham das usinas americanas. Em um contra-ataque à política de Donald Trump, Pequim aplicou novas alíquotas a 128 produtos americanos, entre eles o etanol. Agora, a avaliação é de que a China terá de buscar novos fornecedores para abastecer seu consumo doméstico. As tarifas para os americanos aumentaram de 30% para 45%, levando empresas chinesas a abandonar por enquanto as compras dos Estados Unidos. No primeiro momento, o plano é o de usar os estoques de milho do país para produzir domesticamente o etanol. Mas, para chegar às metas do governo de ter 10% do mix energético composto pelo biocombustível até 2020, a avaliação é de que a China terá de voltar a importar. Mesmo sendo hoje o terceiro maior produtor de etanol do mundo, atingir as metas estipuladas pelas autoridades é um grande desafio. 

Para chegar à taxa proposta pelo governo, a China terá de consumir 15 milhões de toneladas de etanol a cada ano, sete vezes o que hoje o país produz. Diplomatas chineses na OMC indicaram que uma das alternativas em estudo é a de garantir esse abastecimento com o produto brasileiro, ainda que tal cenário não seria algo que pudesse ser implementado de imediato. O preço do etanol brasileiro é considerado elevado. Nos últimos anos, a China aumentou de forma substancial suas compras de etanol. Em 2015, ela havia importado 686 mil metros cúbicos, um aumento de 2.700 % em relação a 2014. Em 2016, as compras aumentaram em mais 51%. Mas em 2017, com uma primeira elevação de tarifas de 5% para 30%, as importações desabaram. 

Elas começaram a ser retomadas apenas em janeiro de 2018, com um total de 280 mil metros cúbicos de compras dos Estados Unidos nos dois primeiros meses do ano. A retomada das compras havia ajudado a exportação mundial de etanol americano a bater um novo recorde. Mas a guerra comercial entre Trump e Pequim uma vez mais obrigaram o setor a repensar sua estratégia. Antes mesmo da entrada em vigor das novas tarifas chinesas, os exportadores americanos já temiam o impacto negativo da política comercial da Casa Branca. “A resposta da China era esperada, dada as recentes ações de nosso governo (Trump) em implementar novas tarifas”, disse Bob Dinneen, presidente da Associação de Fabricantes de Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos. Os principais afetados serão os fazendeiros americanos, que plantam o milho para a extração de óleo combustível. 

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