domingo, 22 de abril de 2018

Atentado à liberdade de imprensa


Tem algo grave acontecendo na 14ª Vara Federal em Curitiba. Depois de mandar para a cadeia um grupo de jovens simpatizantes do Estado Islâmico, o juiz Marcos Josegrei resolveu transformar em réu um jornalista que ajudou a denunciar o esquema. Felipe Oliveira, que se infiltrou nos grupos de discussão e depois publicou reportagens no Fantástico e na Folha de São Paulo, agora é acusado de terrorismo pelo procurador Rafael Brum Miron, um dos autores originais das investigações e denúncias judiciais na famigerada operação político-policial Rodin, que deu o governo do Estado do Rio Grande do Sul ao peremptório petista Tarso Genro. Na denúncia, Rafael Brum Miron diz que o jornalista “ultrapassou o limite do tolerável e promoveu a organização terrorista Estado Islâmico”. Em sua defesa, Felipe mostra que comunicou tudo aos veículos, à Polícia Federal e ainda colaborou com as investigações da Operação Hashtag. “Qual seria o limite tolerável para não restar caracterizado o crime disposto no art.3º da Lei 13.260/16?”, questionam os advogados Beno Brandão e Gabriela Campos. “A denúncia criminal, esta sim configura um atentado à imprensa. Poucas vezes se viu situação tão clara de arbitrariedade com a imprensa", afirmam eles. 

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