quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Safra de soja na Argentina está em momento crítico pelo falta de chuvas, pode ocorrer uma grande perda de grãos

Lavoura de milho em solo esturricado pela seca
Em meio à seca que segue afetando a zona agrícola núcleo da Argentina, a soja nessa região precisaria de chuvas próximas dos 200mm nos próximos 15 dias para frear as perdas produtivas. Essa é a previsão da Bolsa de Comércio de Rosario, que já fala em um cenário de desastre produtivo. Na região, que compreende o sul de Santa Fe, o sudeste de Córdoba e o norte de Buenos Aires, há 5,5 milhões de hectares com soja, 30,5% do total plantado no país. "O déficit para uma pastagem permanente é de 100mm a 140mm e, para o cultivo de soja, é ainda maior neste momento: uns 40mm a 80mm somados a esse total", explicou Cristian Russo, analista da entidade, para o La Nación.

Nessa região, a soja está passando pelo período crítico de definição de rendimento. Nesse sentido, esses milímetros representam as chuvas que deveriam cair sobre a região nos próximos 15 dias para que o cultivo cubra suas necessidades hídricas. No último final de semana, a região recebeu chuvas de mais de 20mm em menos de 7% da região. "Sem chuvas, as altas temperaturas agravaram a situação da zona núcleo. Nas zonas privilegiadas, os efeitos vinham sendo postergados, mas nesta semana o cenário mudou. A situação piorou, inclusive nas áreas mais favorecidas", indicou Russo. Para a zona núcleo, a Bolsa de Rosario deve reduzir em quase 4 milhões de toneladas sua projeção de colheita de soja. "Estamos diante de um cenário de desastre produtivo. Se não chover nos próximos sete dias, as perdas vão cobrar outro nível", apontou o analista: "As perdas de plantas começam a ganhar terreno na região, principalmente nos quadros com soja de segunda etapa". Ele também comentou que algumas dessas áreas de segunda etapa estão sendo abandonadas, já que o controle das pragas e das enfermidades não vêm sendo realizados. "Se não chove, não tem sentido insistir nos controles. O estresse hídrico já está exercendo uma pressão que é insustentável", alertou.

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