quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

BR Distribuidora arrecadou R$ 5 bilhões com a venda de 28,75% do seu capital social


A BR Distribuidora conseguiu levantar R$ 5,024 bilhões em sua oferta inicial de ações (IPO). Os recursos irão para o caixa da Petrobras, que é controladora da empresa. O valor por ação ficou em R$ 15,00 - o mínimo da faixa de preço sugerida para essa operação - o máximo era de R$ 19,00. A negociação das ações terá início da sexta-feira na B3. Esse IPO é o maior do ano e o volume financeiro mais elevado desde a abertura de capital da BB Seguridade, em abril de 2013, que movimentou R$ 11,475 bilhões.

Mesmo tendo saído no piso da faixa de preço, a operação da BR teve uma demanda cerca de duas vezes acima da oferta. Por se tratar de uma oferta de ações secundária, os recursos não ficam com a empresa, mas sim com os acionistas vendedores, que no caso é a Petrobras, que terá ainda que pagar comissões aos bancos coordenadores da oferta (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú BBA, Citi, JP Morgan e Santander). Segundo dados divulgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM, que é a autarquia responsável por regular esse tipo de oferta), foram vendidas 334,9 milhões de ações, incluindo o lote suplementar, o que equivale a 28,75% da empresa, que agora estará nas mãos de investidores - no limite, poderia ser vendida uma fatia de 33,75% da empresa. 

Já nesta quinta-feira irá ocorrer a finalização do IPO do Burger King, que também está com uma demanda acima da oferta. A faixa indicativa de preço vai de R$ 14,50 a R$ 18,00 e, por se tratar de uma oferta primária, os recursos vão para o caixa da companhia, que deve utilizá-lo para a expansão da rede de lojas. Se sair no preço máximo e com os lotes adicionais, pode movimentar R$ 2,5 bilhões.

Esse está sendo o melhor ano para as ofertas de ações no Brasil desde 2010, quando houve a mega capitalização da Petrobras, que movimentou mais de R$ 120 bilhões. Em 2017 até novembro, as ofertas de ações (incluindo as realizadas por empresas que já negociavam em Bolsa), totalizam R$ 30,464 bilhões, sendo que R$ 13,753 está relacionado às estreantes, entre elas a rede de supermercados Carrefour, a empresa de locação de veículos Movida e a companhia aérea Azul.

Para o ano que vem, a captação de recursos das empresas na Bolsa deve continuar, no entanto, as operações devem se concentrar no primeiro semestre, uma vez que o período eleitoral costuma trazer uma volatilidade maior. O ambiente deve ficar mais positivo para esse tipo de operação caso a reforma da Previdência seja aprovada.

Nenhum comentário: