sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Filho de Jango quer voltar de novo à política, agora no partido que homenageia o assassino Che Guevara


João Vicente Goulart, 60 anos, foi lançado pré-candidato por sua legenda, o Partido Pátria Livre (PPL), à sucessão de Michel Temer em 2018. João Vicente é filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelos militares em 1964. O PPL tem origem no antigo MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), data em que morreu na selva da Bolívia o porco assassino Che Guevara. O MR8 foi grupo terrorista que se envolveu na luta armada logo após a instalação da ditadura militar. Mas, com o correr do tempo, a partir dos anos 80, transformou no partido revolucionário mais capitalista do mundo ocidental, só interessado em dinheiro. Primeiro o MR8 se abrigou no MDB, depois passou a ser um braço direito do quercismo, em São Paulo, e do simonismo, no Rio Grande do Sul. O presidente atual nacional da legenda é o ex-guerrilheiro Sérgio Rubens. 

A atividade de João Vicente é dedicar-se "à memória do pai". Ele preside o instituto com o nome de Jango, escreveu um livro sobre a vida no exílio do ex-presidente e capta recursos para transformar em filme essa história. Ou seja, vive de memórias. 

Com a experiência de apenas um mandato eleitoral - foi deputado estadual pelo PDT em 1982, no Rio Grande do Sul - João Vicente também associa à imagem do pai sua ainda incipiente plataforma de governo e quer relançar as famosas “reformas de base” de Jango. João Vicente foi um deputado estadual completamente relapso no Rio Grande do Sul. Seu estado normal era bem musical, do gênero "pra lá de Bagdá". Desempenhou um mandato sob os eflúvios etílicos. Hoje ele pretende voltar à política como um autêntico dinossauro, com a defesa de teses características da dinossaurica década de 60. Ou seja, ele vive no passado. O ridículo chega ao ponto de, mais de 50 anos depois, ele ainda falar em controlar a remessa de lucros das empresas estrangeiras instaladas no País. 

“Queremos de volta as reformas de base. Nunca saíram do papel. Como a reforma da lei de remessa de lucros. Olhe esse triste problema das teles. Já entregaram a Embratel, criada no governo Jango. Nos últimos quatro anos essas teles estrangeiras enviaram mais de R$ 38 bilhões de lucro para seus países. E ainda ficaram devendo R$ 20 bilhões de multa para o usuário”, diz João Vicente. “Ao que tudo indica, serei eu a ir para o sacrifício e será uma honra ser candidato a presidente do País. E levar a palavra das reformas de base, de 50 anos atrás. A causa do golpe de 64 não foi impedir o comunismo, mas impedir que o País fizesse as reformas estruturais. Que seria desenvolver um mercado interno forte e um País mais justo e de maior oportunidade", complementa.

João Vicente está sendo lançado candidato a presidente principalmente pela necessidade imposta pela cláusula de barreira. O partido precisa obter 1,5% dos votos em todo País e mais de 1% em nove Estados em votações proporcionais para ter acesso a recursos do fundo partidário e a tempo na TV e no rádio. Atualmente, a sigla não tem um deputado na Câmara. Nessa linha, o filho de Jango está indo para o “sacrifício” por ser o nome mais conhecido da legenda. Imaginem!!!! 

“A dificuldade será imensa. Além da falta de tempo em rádio e TV, você só participará de debate se for convidado. Mas estou disposto a cumprir essa missão. E missão partidária não se discute, se cumpre", comenta ele. João Vicente acredita que pode trabalhar como uma alternativa aos dois líderes na corrida presidencial: Lula e Bolsonaro. Ele aposta em alianças no campo da esquerda, com exceção do PT, e cita PCdoB, PSOL e Rede como possíveis aliados. “Falta, nesse quadro, um nome que possa puxar as reformas de base na linha do nacionalismo de Jango e Brizola (seu tio). Que seja uma opção ao discurso de ódio de Bolsonaro e também à rejeição ao PT".  

Um comentário:

F Otero disse...

Em 2018. Sei...Surreal...mas “quem sai aos seus, não degenera”, diz o ditado. E no nosso estado, não lhe faltará “público”...