sexta-feira, 22 de setembro de 2017

PT suspende Palocci por ter falado no "pacto de sangue" de Lula com o empreiteiro propineiro


O Diretório Nacional do PT decidiu nesta sexta-feira suspender por 60 dias das atividades partidárias o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, o "porquinho" petista e comunista trotskista Antonio Palocci. O motivo da medida é o depoimento de Palocci ao juiz federal Sergio Moro em um processo da Operação Lava Jato, no qual o ex-ministro disse que o poderoso chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula firmou um “pacto de sangue” com o grande babalorixá baiano corruptor Emílio Odebrecht em troca de um “pacote de propinas”, que incluía 300 milhões de reais em propina para “atividades políticas”. 

“Ao mentir, sem apresentar provas e seguindo um roteiro pré-estabelecido em seu depoimento na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, no último dia 6 de setembro, Palocci colocou-se deliberadamente a serviço da perseguição político-eleitoral que é movida contra a liderança popular de Lula e o PT. Desta forma, rompeu seu vínculo com o partido e descomprometeu-se com a sua militância”, diz a resolução aprovada nesta sexta-feira. Partindo do PT, nada a estranhar.  

Embora tenham aprovado a suspensão, integrantes da direção petista dizem, de forma reservada, que a punição é inócua já que Antonio Palocci está preso desde setembro do ano passado e afastado há anos das funções partidárias. Além disso, na última segunda-feira, o diretório municipal do PT de Ribeirão Preto, onde o ex-ministro é filiado, instaurou uma comissão de ética para apurar o caso, sob ameaça dos diretórios estadual de São Paulo e nacional. Na prática, o PT de Ribeirão Preto, deu início ao processo de expulsão de Palocci. “Como abriram uma comissão de ética para ele em Ribeirão Preto, usamos o estatuto e suspendemos por 60 dias”, explicou a presidente nacional do PT, senadora comunista Gleisi Hoffmann (PR). 

Ao contrário do PT de Ribeirão Preto, que num primeiro momento chegou a dizer que Palocci havia entregado Lula “sob tortura”, a comunista Gleisi Hoffmann entende que o ex-ministro mentiu a Moro para, em troca, obter a redução da pena de 12 anos a qual foi condenado na Lava Jato. “Este não é o entendimento nosso. Somos muito diretos dizendo que Palocci mentiu para negociar a redução da sua pena. Não acho que agiu sob tortura”, disse Gleisi. 

O ex-ministro negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Ele conta em seus depoimentos que, em 2010, quando já coordenava a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff, encontrou-se várias vezes com Lula para entregar “pequenas quantias” pedidas por ele. Os maços de dinheiro variavam, conforme Palocci, entre 30.000 reais, 40.000 reais e 50.000 reais. Os valores eram entregues em lugares previamente combinados e usados pelo ex-presidente para custeio de despesas particulares.

Nenhum comentário: