O juiz federal Sérgio Moro decidiu ouvir as 87 testemunhas de defesa arroladas pela defesa do poderoso chefão da organização criminosa e ex-presidente Lula, na ação penal da Lava Jato, mesmo considerando o número “bastante exagerado”. Mas, em contrapartida, o juiz afirmou que a presença de Lula será exigida em todos os depoimentos. “Será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria Defesa, a fim prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas”, diz o despacho. A decisão de Moro, que é responsável pelas ações da lava Jato na 1ª instância, foi publicada no sistema da Justiça Federal do Paraná no fim da tarde desta segunda-feira (17). A justificativa da decisão é “evitar alegações de cerceamento de defesa”. O processo apura se a Odebrecht pagou propina por meio da compra do terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e do apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, no ABC Paulista. Os procuradores afirmam na denúncia que, na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, a galega italiana e rex-primeira-dama Marisa Letícia (já falecida) chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques, também réu no processo. A força-tarefa considera Costamarques testa-de-ferro de Lula. Além dessa suspeita, envolve a compra frustrada de um terreno para a construção de uma sede para o Instituto Lula. Além de Lula, há outros sete réus nesta ação. Entre eles estão o ex-presidente da Odebrecht S.A, o sinhozinho baiano Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci, e Roberto Teixeira, um dos advogados do ex-presidente.
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