domingo, 16 de abril de 2017

Diretor da Odebrecht diz que deputado Frederico Antunes recebeu R$ 70 mil via caixa 2



Diretor da Odebrecht Ambiental na Região Sul, Guilherme Paschoal, revelou em depoimento ao Ministério Público Federal que a empresa doou, em 2014, R$ 70 mil por meio de caixa 2 para a campanha a reeleição do deputado estadual Frederico Antunes (PP). Segundo Paschoal, a contribuição se deu pelos laços de Frederico com Uruguaiana, sua terra natal, onde a companhia tem contrato com a prefeitura para serviços de saneamento. "O propósito das contribuições era para manter a boa relação que a concessionária tinha com o município. Era a única concessão no Rio Grande do Sul, um Estado em que a Corsan tem uma rixa muito grande quanto aos serviços prestados por empresas privadas no setor de água e esgoto. Então, a gente precisava sempre manter uma boa relação institucional no município e no Estado. Já operava em Uruguaiana desde 2011", afirmou. 


Paschoal disse que recebeu ordem de superiores para procurar Frederico, e o visitou na Assembleia, em junho de 2014. "Ele já era deputado e já havia recebido outras contribuições do Grupo Odebrecht via oficial e não oficial. Houve solicitação por ele, para que a gente apoiasse mais uma vez na campanha de 2014", acrescentou o diretor da Odebrecht. Conforme Paschoal, durante a reunião foi acertada colaboração mútua, mas sem tratar de quantias. "Não falei que era caixa 2, mas ele já tinha recebido caixa 2, já sabia do procedimento. Fui ao gabinete dele para indicar nosso apoio e confirmar que a gente precisava do apoio dele. É um deputado da região de Uruguaiana, um deputado influente, que poderia ajudar a gente a manter a estabilidade e o equilíbrio na base do PP de Uruguaiana. Ele se mostrou sempre favorável à concessão desde o seu início. É uma pessoa que conhecia o grupo Odebrecht, sabia da nossa capacidade". De acordo com Paschoal, dois meses depois, ele se encontrou com um assessor de Frederico, cujo nome não lembrava, em um café do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O diretor da Odebrecht disse que repassou instruções como endereço, senha, dia e hora para o recebimento dos R$ 70 mil. O codinome de Frederico na planilha da Odebrecht era "Zorro".

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