domingo, 5 de fevereiro de 2017

Empresa alemã Hochtief tem 12 milhões de reais bloqueados pela Operação Lava Jato

Sede da petrobras, em Vitória, é um prédio de luxo
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 12 milhões da empresa Hochtief do Brasil S.A. A decisão é relacionada a uma ação civil de improbidade administrativa contra ex-funcionários da Petrobras, empresas do Grupo Odebrecht e executivos ligados a elas, como o ex-presidente da holding Odebrecht S.A, Marcelo Odebrecht. O despacho do juiz federal substituto Flávio Antônio da Cruz, da 11ª Vara Federal de Curitiba, é de quarta-feira (1º). No mesmo dia, o Banco Central do Brasil protocolou a ordem judicial para que o bloqueio do valor seja feito nas contas e aplicações financeiras relacionadas à construtora. A Hochtief participou do Consórcio OCCH – também formado pela Odebrecht e pela Camargo Corrêa – para a construção de uma sede da Petrobras em Vitória (ES). O cartel foi descoberto pela Lava Jato e motivou a deflagração da 31ª etapa da operação, em julho de 2016. Além do prédio na Reta da Penha, em Vitória, mais duas obras da estatal: o Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD) e o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), ambos no Rio de Janeiro. Nesta fase, a força-tarefa mirou apenas as fraudes no Cenpes. De acordo com o pedido feito pelo Ministério Público Federal, o Consórcio OCCH pagou propina para obter o contrato de execução de obras na sede administrativa da Petrobras em Vitória. Segundo as investigações, o grupo teria pago R$ 3 milhões em propina a Celso Araripe, funcionário da Petrobrás responsável pelo gerenciamento da obra. Entre os funcionários da estatal que também foram favorecidos por pagamentos ilícitos estão o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Serviços, o petista Renato Duque, e o ex-gerente executivo de engenharia, Pedro Barusco. Todos eles já foram condenados em ações penais da Operação Lava Jato. Os procuradores pedem a indisponibilidade de bens e valores para assegurar que a quantia paga irregularmente possa ser ressarcida, considerando os R$ 3 milhões em propina, mais R$ 9 milhões de multa. "O dispositivo legal prevê expressamente que a medida cautelar dessa natureza englobe bens suficientes para assegurar a perda do acréscimo patrimonial ilícito e a reparação dos danos causados ao erário", diz o documento. Após ter R$ 12 milhões bloqueados pela Justiça Federal no Paraná em uma das ações de improbidade da Lava Jato, a multinacional alemã Hochtief anunciou por meio de nota divulgada no sábado, 4, que não participa mais de obras públicas no Brasil, “sobretudo consórcios”. A empresa afirma ainda que sofreu um prejuízo auditado de quase R$ 30 milhões em um contrato com a Petrobrás que já foi denunciado pela Lava Jato. Atuando há mais de 50 anos no País, a empresa recentemente mudou seu nome para HTB, e responde a uma ação civil na Lava Jato acusada de improbidade em um contrato para a construção da sede administrativa da Petrobrás em Vitória (ES). Na ocasião, a companhia participou do consórcio formado com Odebrecht e Camargo Corrêa, que venceu a licitação agora alvo de investigação. Na nota, a empresa afirma que nunca integrou qualquer “clube” de empreiteiras, e que este contrato com a Petrobrás por meio do consórcio foi a única obra pública que participou no País. “Circunstância esta que evidencia, por si só, o seu distanciamento com os fatos em apuração no âmbito da operação Lava Jato”, segue a nota da empresa.

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