domingo, 5 de fevereiro de 2017

Donald Trump promete revogar norma que restringe atuação de igrejas americanas na política


Alertando que a liberdade religiosa está "sob ameaça", o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta quinta-feira (2) revogar a Emenda Johnson, uma norma que proíbe igrejas —isentas de pagar impostos — de usar o púlpito para apoiar candidatos políticos. "Vou me livrar da Emenda Johnson, destruí-la completamente, e permitir que os representantes da fé falem livremente e sem medo de represália", disse Trump, durante o National Prayer Breakfast, café da manhã que se trata de um importante evento que reúne líderes religiosos e políticos. 


Trump havia feito promessa semelhante quando candidato, mas não detalhou de que maneira pretende eliminar a regra, ou em que prazo pretende fazê-lo. Os conservadores religiosos, cujo apoio esmagador levou Trump à Casa Branca, estão acompanhando de perto às ações do presidente, à espera de que ele cumpra promessas de proteger os religiosos contrários ao casamento gay e à legalização do aborto. Kelly Shackleford, presidente do First Liberty Institute, organização sem fins lucrativos que defende causas legais e se especializa em casos sobre liberdade religiosa, disse que nenhum outro candidato à Presidência foi mais "explícito em seu compromisso para com a liberdade religiosa" do que Trump. O presidente não fez menção, durante o evento, de outras medidas que poderia adotar sobre essas questões, afirmando apenas que a liberdade de religião é um "direito sagrado". Ele usou suas declarações para agradecer ao povo dos Estados Unidos por suas orações, em seus dias iniciais de governo. Os conservadores religiosos, que passaram por uma série de derrotas quanto ao casamento homossexual, aborto e outras questões sob o governo de Barack Obama, se viram reanimados pela vitória de Trump. Em carta aos católicos, no ano passado, Trump prometeu que defenderia "suas liberdades religiosas e o direito a praticar sua religião plena e amplamente, como indivíduos, empreendedores e instituições acadêmicas". A seleção de Trump para o posto vago na Suprema Corte, nesta semana, também foi vista como sinal positivo. O indicado, o conservador Neil Gorsuch, alinhou-se com as organizações Hobby Lobby e Little Sisters of the Poor quando elas apresentaram objeções religiosas a uma norma imposta pelo governo Obama que exigia que planos de saúde bancados por empresas custeassem os anticoncepcionais de suas funcionárias.

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