Uma turista do Rio Grande do Sul foi morta com um tiro ao entrar por engano em uma rua da favela do Papaquara, na entrada para Canasvieiras, no norte da Ilha, em Florianópolis, na madrugada deste domingo. Daniela Scotto de Oliveira Soares, de 38 anos, era a passageira do carro dirigido pelo marido. Ela era de Porto Alegre, mas atualmente morava em Sapucaia do Sul, na região Metropolitana da capital gaúcha. Pelo testemunho do marido da vítima, eles estavam na casa de parentes no bairro Vargem Grande. Ao ir embora, acionaram o aplicativo Waze, que indicou um caminho pela Servidão Braulina Machado. Neste ponto, conforme a Polícia Militar, Daniela teria visto um rapaz armado e comentou com os familiares dentro do veículo. Instantes depois, o tiro entrou pelo lado do passageiro. Dentro do carro estavam Daniela, o marido, os sogros e o sobrinho dela, de sete anos. O disparou não feriu os outros ocupantes do carro. Ela foi atingida na cabeça. Morte completamente gratuita.
Ao ser atingida, ela caiu no colo do marido. A família ainda tentou levá-la até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do norte da Ilha, mas Daniela morreu no local. Daniela era professora de yoga em Sapucaia. Ela estava em Florianópolis desde a última quinta-feira, para passar o final de ano com familiares no Estreito, e voltaria ao Rio Grande do Sul nesta segunda-feira.
A Polícia Militar de Santa Catarina montou neste domingo um cerco nas três entradas da favela da Papaquara, na Vargem Grande. A promessa do comandante do 21º Batalhão da PM, tenente-coronel Sinval Santos da Silveira Junior, é que os policiais vão permanecer lá até que os suspeitos sejam presos. Em nota, a secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina afirma que "determinou o reforço da atuação policial na favela. A ação especial conta com reforços de equipes do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), além do efetivo do 21º Batalhão. Policiais permanecerão no local até que se tenham informações sobre o suspeito do assassinato". Foram instaladas barreiras policiais que funcionarão 24 horas por dia na entrada e saída da favela. Sinval justificou a decisão dos policiais de não entraram na favela logo após o crime. O comandante garante que no último mês a corporação fez operações diárias na favela, e afirma que se sente frustado com a morte da professora de ioga por conta da alta quantidade de ações feitas no local: "Estou frustrado. Não podia ser outra a não ser a percepção de que foi lamentável. Para a PM é frustrante. A gente vem num mês fazendo operação diárias no Papaquara. Em dezembro fazíamos três por dia e culminou com uma grande operação há pouco mais de 15 dias que envolveu 105 policiais militares e helicópteros. Temos dado uma atenção muito forte justamente pela área de conflito. Infelizmente, É frustrante, essa é a palavra. Porque nossos esforços estão sendo muito fortes naquela região. Ficaremos lá até apaziguar a situação e até prendermos os autores desse crime bárbaro. Quando o conflito é entre marginais, a sociedade, muito embora não aceite, entende. Mas quando envolve cidadão do bem, fica a sensação de frustração". O lugar é dominado pelo intenso tráfico de drogas.
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