A Polícia Federal decidiu indiciar o ex-presidente Lula, o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras quatro pessoas, na Operação Lava-Jato. Lula foi indiciado pelo crime de corrupção passiva e os demais indiciados por lavagem de dinheiro. O indiciamento trata de dois casos distintos. O primeiro diz respeito à compra de um terreno que seria utilizado para a construção da sede do Instituto Lula. O segundo é sobre o aluguel do apartamento localizado em frente ao que o ex-presidente mora, em São Bernardo do Campo. A Polícia Federal defende que ambos os casos tratam de pagamento de propina da construtora Odebrecht ao ex-presidente. Os dois casos corriam em inquéritos diferentes, mas o delegado Márcio Adriano Anselmo, que produziu o indiciamento, considerou que deveria unir as duas investigações, por se tratarem de fatos correlatos. De acordo com as investigações, o ex-ministro Antônio Palocci operava distribuindo a propina da Odebrecht ao Partido dos Trabalhadores (PT). A Polícia Federal diz que ele usava a influência para atuar em favor dos interesses da empreiteira junto ao governo federal. Segundo a Polícia Federal, Lula foi um dos beneficiários dessa propina. Uma parte foi destinada à compra do terreno que seria usado para a construção da sede do Instituto Lula, adquirido por meio da DAG Construções. A polícia diz que a empresa atuava como um preposto da Odebrecht. A DAG Construções pertence a Demerval Gusmão, amigo e parceiro de negócios de Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira. Embora o terreno tenha sido adquirido, não houve mudança de sede do instituto. O delegado responsável pelo indiciamento afirmou que deixou de indiciar Marcelo Odebrecht, porque o executivo já responde por corrupção ativa, crime que lhe poderia ser imputado novamente. Da mesma forma, a Polícia Federal também decidiu deixar de fora do indiciamento o pecuarista José Carlos Bumlai, por falta de "novos elementos que amparassem a participação do mesmo nos fatos".
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