A Associação Médica Brasileira - sim, a associação médica - protocolou, nesta quinta-feira, mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal contra o estupro constitucional ocorrido no julgamento do impeachment de ontem, que deixou Dilma Rousseff livre para exercer cargos públicos. “Antes de qualquer coisa, é imoral mudar regras do jogo, escritas na Constituição Federal, para diminuir as consequências da destituição para Dilma Rousseff. Como representantes da sociedade civil organizada, não nos omitiremos. Em segundo lugar, e ainda mais grave, abre-se precedente para que manobras regimentais semelhantes sejam utilizadas em casos de outros políticos ou agentes públicos que estão sendo investigados, em operações como a Lava Jato, por exemplo, e que serão julgados pelo Congresso ou Supremo Tribunal Federal. Não podemos deixar que o impeachment, que deveria dar passo à frente no processo de passar o Brasil a limpo, seja insumo para abastecer estratégias de defesa e livrar quem prejudica o País”, diz, em nota, o presidente da AMB, Florentino Cardoso. A entidade sustenta que a decisão do Senado traz riscos aos ambientes político, jurídico e constitucional. A decisão de acionar o Supremo Tribunal Federal pela AMB precisa ser saudada pela cidadania. Merece todo apoio.
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