sexta-feira, 1 de julho de 2016

Teori Zavascki envia a Sérgio Moro inquérito contra Delcídio do Amaral por Pasadena


O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, enviou para o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, uma investigação contra o ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS) na Lava Jato. O inquérito apura se Delcídio do Amaral recebeu propina desviada da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O ministro também retirou o sigilo do processo, que tramitava oculto no STF e tinha como base a delação do doleiro Fernando Soares, o Baiano. Segundo o delator, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o orientou a repassar a Delcídio os valores desviados na compra da refinaria. Os valores teriam sido usados para pagar despesas da campanha ao governo de Mato Grosso do Sul. Segundo Baiano, Cerveró vinha sendo pressionado por Delcídio do Amaral para receber os valores porque estava tendo despesas muito elevadas com a campanha. E que o dinheiro que cabia ao ex-diretor deveria ser pago pelo doleiro ao ex-senador. Em delação, Delcídio do Amaral assumiu que recebeu 1 milhão de dólares de propina oriunda da compra da refinaria nos Estados Unidos. Já Baiano afirma que o valor repassado pode ter chegado a 1,5 milhão de dólares, e teria sido pago a um homem conhecido como Godinho, que se apresentou como um amigo do ex-senador. A decisão de Teori de enviar a investigação para Moro já era esperada. Delcídio foi cassado do mandato de senador em maio e, por isso, perdeu o foro privilegiado e a prerrogativa de ser investigado pelo STF. "Como visto, a situação fática descrita, em que se destaca a compra de refinaria no estrangeiro, guarda aparente pertinência com inquéritos e ações penais relacionadas a supostos crimes envolvendo a Petrobras", escreveu Teori. Delcídio já foi denunciado ao lado do ex-presidente Lula e de outros cinco investigados por uma trama para comprar o silêncio de Cerveró: o pecuarista José Carlos Bumlai, o filho dele, Maurício, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro e o assessor parlamentar Diogo Ferreira. Como nenhum deles tem foro no STF, o processo foi enviado à Justiça de Brasília por, na opinião de Teori, não ter relação com a Lava Jato.

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