sexta-feira, 1 de julho de 2016

Aeroportos ganham agilidade e ampliam serviço após concessão



O passageiro que desembarcar no Rio de Janeiro pelo aeroporto do Galeão durante os Jogos Olímpicos terá uma experiência radicalmente oposta à de pouco mais de dois anos atrás, quando, em dias de chuva, era comum se deparar com baldes de plástico sob goteiras no terminal. Realidade no aeroporto de Guarulhos, o controle de passaporte eletrônico com identificação por meio de reconhecimento biométrico, juntamente com leitores de código de barras no acesso à área de embarque, acabam de ser inaugurados no Galeão, com a entrada em operação do novo Píer Sul. Motivada pela necessidade de modernização dos aeroportos para a Copa e a Olimpíada, a concessão à iniciativa privada transformou a infraestrutura dos aeroportos do País, que carecia de recursos para fazer frente ao crescimento da demanda. Entre 2003 e 2011, período em que o setor crescia em média de 10% ao ano, os cerca de 60 aeroportos que compunham a rede da Infraero, à época, receberam R$ 7,351 bilhões de investimentos públicos. Em apenas quatro anos, as concessões já injetaram mais de R$ 11 bilhões em ampliações e melhorias nos seis aeroportos concedidos -São Gonçalo do Amarante, Guarulhos, Campinas, Brasília, Galeão e Confins. Outros R$ 16 bilhões devem ser investidos nos mesmos aeroportos até o final do período de concessão, que varia de 20 a 30 anos, dependendo do aeroporto. 

"Os aeroportos demandam investimentos constantes de atualização, sobretudo na área de tecnologia e segurança. E o governo não consegue ser rápido na resposta. Com as concessões, a tendência é manter a qualidade e seguir melhorando sempre", disse André Soutelino, advogado especialista em aviação. Além de agilizar o fluxo de passageiros, as melhorias nos aeroportos concedidos incluem coisas básicas, como a ampliação e reforma de banheiros, e a abertura de novos estacionamentos, itens que lideravam as queixas quando a gestão era exclusiva da Infraero. Também viabilizaram a instalação de câmeras de segurança e controles de acesso mais restritivos, que ajudam a reduzir os furtos de bagagem, outro ponto crítico antes da privatização. O RIO Galeão tinha a obrigação de adquirir 26 novas pontes de embarque, mas acabou substituindo todas as 32 existentes, muitas das quais estavam sucateadas. O aeroporto do Rio de Janeiro é também o primeiro da América do Sul a receber certificação para controlar a movimentação no pátio de aeronaves. Hoje, isso é feito pela torre de controle, que se ocupa também do pouso e da decolagem. Em momentos de pico, as atenções da torre se concentram no pouso ou decolagem e a movimentação de táxi fica em segundo plano. No Brasil, a torre é controlada pela Aeronáutica e ou pela Infraero. Ao assumir a gestão do pátio, o aeroporto consegue otimizar melhor a distribuição nos portões de embarque, reduzindo vôos em posição remota. "Vamos fazer a locação adequada e não vai mais precisar ficar mudando de portão toda hora. Assumir a gestão do pátio agrega bastante eficiência e segurança para a operação", disse o presidente do RIO Galeão, Luiz Rocha.  

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