O bandido petista mensaleiro e ex-ministro José Dirceu, condenado a 23 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba, é o ideólogo da organização criminosa investigada pela operação. A afirmação foi feita pelo procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa, na noite desta quinta-feira (19), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde ministrou palestra. "Isso (a prisão) é importante, o doutor Moro enfatizou que ele não era o líder da organização criminosa, mas nós temos claro que ele é o ideólogo dessa organização. É apenas a primeira condenação, ele deve sofrer outros procedimentos penais. É importante isso, para revelar a seriedade e a rapidez que as investigações estão transcorrendo em Curitiba", disse o procurador. Ele foi ao interior de São Paulo para ministrar a palestra "Operação Lava Jato - Os Impactos do Combate à Corrupção na Melhoria do Ambiente de Negócios", na Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto). José Dirceu, chamado pelos petistas de "guerreiro do povo brasileiro", foi condenado a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa pela participação no esquema de contratos superfaturados da construtora Engevix com a Petrobras. Foi a maior pena da Lava Jato dada por Moro em uma única condenação. O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, era quem tinha recebido até então a condenação mais alta em uma única ação penal, de 20 anos e oito meses em regime fechado. O bandido petista mensaleiro José Dirceu está preso desde agosto do ano passado, quando ocorreu a 17ª fase da Lava Jato, denominada Pixuleco. Ele está no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. De acordo com o procurador, membros da operação não foram procurados por integrantes do governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), e a força-tarefa não teme interferência governamental na sequência das investigações. "Não tivemos nenhuma procura de nenhuma pessoa do atual governo, mesmo porque não cabe a nós qualquer atividade política. Nós não tememos interferência, mesmo porque as pessoas já perceberam que é muito perigoso tentar interferir numa investigação criminal", afirmou Lima. O procurador disse ainda que os fatos revelados pela investigação têm implicação política, mas que a operação não tem nenhuma motivação política. Questionado se teria elementos suficientes em mãos para pedir a prisão do poderoso chefão e ex-presidente Lula, o procurador afirmou não ter "o que falar sobre este personagem especificamente". "Nós nunca pensamos ou discutimos uma futura ação, nós esperamos o momento. É claro que qualquer atitude hoje que nós tenhamos que tomar, tenho que esperar primeiro qualquer processo voltar do Supremo. Não é o caso ainda, não aconteceu".
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