quinta-feira, 12 de maio de 2016

'Líder profundamente impopular': noticiário internacional repercute afastamento de Dilma


O Senado Federal brasileiro aprovou, no amanhecer desta quinta-feira, o afastamento da presidente petista Dilma Rousseff da Presidência da República. A notícia teve forte repercussão no noticiário internacional, que há semanas vem dando destaque ao processo de impeachment da petista. O jornal americano The New York Times se referiu a Dilma como "uma líder profundamente impopular" que provocou "a raiva pública generalizada de um sistema corrupto e uma economia maltratada". A publicação lembrou que o País passará a ser governado pelo vice-presidente, Michel Temer, "que tem sido acusado por violar limites de financiamento de campanha e agora estará sobre enorme pressão política para conter a pior crise política do Brasil em décadas". O texto ainda ressalta que a crise política brasileira acontece "enquanto o país luta para conter a propagação do Zika vírus e apenas a meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro". Já a emissora CNN considera que o processo de impeachment de Dilma "não será totalmente calmo", já que seus apoiadores "se comprometeram a tomar as ruas em retaliação, garantindo uma longa e potencialmente confusa batalha pela frente". O jornal britânico The Guardian ressaltou que Dilma foi a primeira mulher a se tornar presidente do Brasil e que a sua popularidade "despencou junto com a economia". A publicação lembrou que seu afastamento acontece "a menos da metade do fim de seu mandato" e "coloca problemas econômicos, paralisia política e alegadas irregularidades fiscais à frente dos 54 milhões de votos que a puseram no cargo". O texto ainda afirma que muitos dos senadores que vão julgá-la "são acusados de crimes ainda mais graves" e que o "impeachment é mais político do que jurídico". Ainda na Grã-Bretanha, o jornal Financial Times afirmou que "é provável que Dilma perca o seu eventual julgamento" e que, se isso acontecer, a presidente deixará o cargo a dois anos e sete meses do fim de seu mandato. "Isso também dará fim a 13 anos de governo de seu partido de esquerda, o PT, o mais recente movimento para o centro na política da América do Sul, que vive o fim de seu boom econômico". A publicação também faz um questionamento sobre Michel Temer: "Cerimonioso e de fala mansa, com reputação de ser como uma esfinge, o advogado de 75 anos terá de lidar com três crises simultâneas. Ele estará à altura desta tarefa?", diz o texto, referindo-se às crises econômica, ética e política. O Le Monde, da França, lembrou que "a impopular presidente acusou diversas vezes o seu vice-presidente de um golpe de Estado", afirmando que Temer se tornou "um adversário da presidente desde março", com o fim da coalizão entre PMDB e PT. Já o espanhol El País chamou a votação do Senado desta quarta-feira de "histórica" e afirmou que Dilma deve sair do Palácio do Planalto pela porta principal, "um gesto explícito que quer dizer que ela acata mas não aprova a decisão". 

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