sábado, 12 de dezembro de 2015

Residentes médicos entram em greve em 21 Estados


Médicos residentes de 21 Estados do país estão em greve desde a última terça-feira (8), segundo a Associação Nacional dos Médicos Residentes, e preveem paralisação de todas as atividades médicas feitas pela classe, exceto nos casos de emergência. "Por uma questão ética, 30% dos residentes continuam atendendo casos de emergência ou urgentes", diz Arthur Danila, 27, presidente da entidade. A associação defende uma mudança estrutural na Comissão Nacional de Residência Médica. "Entendemos que ela não é democrática, já que, apesar de haver o mesmo número de representantes da sociedade civil e do governo em sua composição, o voto de qualidade, ou seja, o voto de desempate é do governo", afirma Danila. "A comissão não respeita opiniões que sejam diversas das do governo." Além disso, a classe quer que o governo pare de criar novos programas de residências no país "sem avaliar as reais necessidades dos programas já existentes, que por vezes, não têm estrutura", afirma. Não há previsão de término da greve. Um plano de carreira nacional para médicos do SUS, incluindo progressão de carreira, desenvolvimento profissional e educação continuada segue como uma reivindicações da classe. "A residência médica de família e comunidade é muito importante, senão a mais. Mas hoje, não há um estímulo para que as pessoas se sintam atraídas, embora ela seja a mais importante. Temos dados que mostram que cerca de 80% dos casos poderiam ser resolvidos na atenção primária", Um grupo de médicos residentes do Instituto de Infectologia Emílio Ribas fará uma manifestação pela contratação de funcionários na próxima segunda-feira (11). O protesto está marcado para ocorrer às 14h30 na frente da unidade, na avenida Doutor Arnaldo, na região central de São Paulo. O estopim ocorreu após os médicos que trabalham no local terem sido informados sobre uma série de demissões que ocorrerá a partir do dia 18 deste mês. Eles não sabem quantos funcionários serão demitidos, mas já foram informados que os cortes atingirão as áreas de pneumologia, nefrologia, endocrinologia, pediatria e cardiologia. Esses profissionais foram contratados por meio de um concurso emergencial com validade de 1 ano – feito em 2014. A seleção para preenchimento definitivo das vagas foi feita e homologada em 2015, mas a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que, devido à falta de verba, esses profissionais não serão chamados.  Diante desse cenário, 52 dos 55 residentes da unidade decidiram, em assembleia, manter a greve por tempo indeterminado. O Emílio Ribas é o maior hospital de infectologia da América Latina. Entre as doenças tratadas na unidade estão aids, dengue e leptospirose. De acordo com o residente na unidade Alexandre Ferreira, 28, esse é um movimento de mobilização nacional. "Também pedimos a contratação de uma manutenção preventiva dos aparelhos de imagem do hospital. Ele sempre quebra e isso atrapalha, e muito, o atendimento", afirmou. 

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