segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ministério Público paulista apreende R$ 1,5 milhão na casa do prefeito de Indaiatuba


O Ministério Público de São Paulo deflagrou nesta segunda-feira uma operação de busca e apreensão nas prefeituras de Indaiatuba e Bragança Paulista, no interior do Estado. A ação foi realizada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nas casas dos prefeitos das cidades e em empresas, e investiga fraudes em desapropriações de imóveis. Com apoio da Polícia Militar, os promotores cumpriram catorze mandados de buscas e confiscaram dinheiro, documentos e equipamentos de informática. Doze dos mandados ocorreram em Indaiatuba, onde a polícia apreendeu cerca de 1,5 milhão de reais em cédulas de dólar e euro na casa do prefeito Reinaldo Nogueira (PMDB). Os promotores deixaram o local levando também dois malotes com documentos, pen drives e CPUs de computadores. Em Bragança Paulista, foram alvos de buscas o prédio da prefeitura e a casa do prefeito Fernão Dias da Silva Leme (PT), onde foi apreendida uma arma com mira a laser, de uso restrito. Outros agentes da Polícia Militar se dirigiram às casas de empresários e de um promotor de Justiça, e aos escritórios das empresas imobiliárias Jacitara e JRS. De acordo com o Ministério Público, a suspeita é de que essas companhias tenham adquirido imóveis que eram revendidos ou desapropriados pela prefeitura por preço bem maior. Em um dos casos, em Indaiatuba, o terreno foi comprado pela empresa por 450.000 reais e desapropriado pelo município por 9,9 milhões de reais. Em nota, o Ministério Público de São Paulo confirmou o possível envolvimento de promotor de Indaiatuba. "As diligências foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça no curso de procedimento investigatório criminal, instaurado para apurar a obtenção de vantagem ilícita por agentes públicos e empresários, em razão de desapropriações de glebas de terra para empreendimentos imobiliários e com suposta omissão de membro do Ministério Público com atribuições na área de Meio Ambiente e Habitação e Urbanismo naquela comarca, como também de suposto envolvimento de seu familiar", diz o texto. A prefeitura de Indaiatuba informou em nota que aguarda manifestação do Ministério Público sobre possível denúncia para apresentar a defesa que se fizer necessária. Segundo nota divulgada, o prefeito não estava no local quando os promotores fizeram as buscas, e ele ainda não se manifestou sobre a deflagração da operação em sua casa. A empresa Jacitara informou que ainda apura qual o teor das investigações que levaram à busca e apreensão na sede da companhia. Já a JRS informou que as investigações têm relação apenas com a pessoa física de seu proprietário. A prefeitura de Bragança Paulista informou que até o momento nem a prefeitura, nem o prefeito, foram informados oficialmente das investigações e que estão à disposição para qualquer esclarecimento "sem a necessidade de operações invasivas e sem nenhum direito de defesa". A promotoria de Meio Ambiente e Habitação e Urbanismo e Indaiatuba não se manifestou sobre a denúncia.

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