terça-feira, 18 de agosto de 2015

Delator Milton Pascowitch diz que fez reunião com José Dirceu para direcionar licitação na Petrobras, e que a propina para o grupo chegava a R$ 800 mil por mês


O delator da Operação Lava Jato, Milton Pascowitch, disse que o ex-ministro petista José Dirceu participou de uma reunião na casa dele junto com outros suspeitos presos em que foi discutido o direcionamento de licitações na Petrobras. As duas beneficiadas, segundo Milton Pascowitch, são a Hope RH e a Personal, suspeitas de pagar mesadas de até R$ 800 mil para José Dirceu e pessoas próximas ao ex-ministro. De acordo com o relato do delator, o ex-presidente da Petrobras, o petista José Eduardo Dutra – à época diretor corporativo e de serviços da Petrobras – foi pressionado a fazer licitações de mão de obra na estatal que acabaram favorecendo empresas com relação com o ex-ministro José Dirceu. A declaração consta em um depoimento do delator ao Ministério Público Federal, em junho. As informações prestadas pelo delator ajudaram a embasar o decreto de prisão do ex-ministro, decretada no início do mês. Pascowitch disse no depoimento que a reunião ocorreu em 2013 e teve a participação também do assessor de José Dirceu, Roberto Marques, do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque. José Eduardo Dutra, o alvo da pressão, não estava no encontro. (…) O depoimento afirma que a Hope fazia pagamentos de cerca de R$ 500 mil mensais, divididos entre ele, José Dirceu, Renato Duque e o lobista Fernando Moura, ligado ao ex-ministro. A Personal, diz, pagava cerca de R$ 300 mil. Os contratos dessas duas empresas com a Petrobras envolveram R$ 6,4 bilhões desde 2006. Em julho de 2014, a estatal contratou a Hope por R$ 1,4 bilhão, via carta-convite, para “prestação de serviços suplementares à gestão e projetos”. (…) Pascowitch também cita na delação o nome de um outro gerente-executivo da Petrobras que continua no cargo e estaria, segundo ele, envolvido com recebimento de suborno por conta de contratos da estatal. De acordo o delator, o também gerente Pedro Barusco levou Maurício Guedes a um jantar na casa de Pascowitch no Rio de Janeiro, na qual acertaram o pagamento de US$ 260 mil por conta de um aditivo na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. 

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