terça-feira, 25 de agosto de 2015

Alberto Youssef diz que um novo delator vai esclarecer a "doação" de dinheiro da propina para campanha da petista Dilma


Em acareação na CPI da Petrobras nesta terça-feira (25), o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, afirmou que um outro delator, que está fazendo sua entegação, vai esclarecer o suposto pedido do ex-ministro Antônio Palocci por recursos de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, indicando que outro operador teria cuidado do assunto. Esse ponto é uma das principais divergências entre os depoimentos de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que foi acareado na CPI com o doleiro. Em seus depoimentos, Paulo Roberto Costa havia dito que Youssef lhe procurou em 2010 e disse que o ex-ministro Palocci pediu uma contribuição de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma. Paulo Roberto Costa afirma que autorizou ao doleiro que fizesse o repasse, a ser retirado do caixa das propinas referentes aos contratos das empreiteiras com a Petrobras. Youssef, porém, nega ter recebido o pedido e diz que não conhecia Palocci. Questionados sobre essa divergência pelo relator Luiz Sérgio (PT-RJ), Costa e Youssef mantiveram suas declarações, mas o doleiro indicou que outro operador teria cuidado da doação, dando a entender que Paulo Roberto Costa se equivocou. O caso atualmente é investigado pela Polícia Federal na primeira instância, em Curitiba. "Tem um outro réu colaborador que está falando. Eu não fiz esse repasse e, assim que essa colaboração for noticiada, vocês vão saber realmente quem foi que pediu o recurso e quem repassou o recurso", afirmou Youssef. Ele disse que, como o assunto estava sob investigação, iria se reservar ao silêncio sobre esse ponto. "Logo vai ser revelado e vai ser esclarecido esse assunto", afirmou. Ambos também já haviam sido submetidos a acareação pelo Ministério Público Federal, que não trouxe muitas novidades às investigações. Resguardado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que lhe autorizou a ficar calado, mesmo tendo assinado um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, Youssef não respondeu a todas as perguntas e, por diversas vezes, preferiu ficar em silêncio. Já Paulo Roberto Costa disse que estava à disposição, mas ressaltou que não teria novidades para apresentar à comissão porque já prestou 126 depoimentos. "Posso esclarecer alguma coisa, mas não tenho novidade. Vossas excelências já conhecem todos meus depoimentos", afirmou. Um momento polêmico foi uma discussão entre Youssef e o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), que já havia sido acusado pelo doleiro de o estar intimidando por ter pedido a quebra de sigilo dos familiares de Youssef. Youssef afirmou para Pansera: "É vossa excelência (que está me intimidando), é vossa excelência". Youssef também confirmou que, em sua opinião, o Palácio do Planalto sabia do esquema de corrupção na Petrobras, o que já havia falado na sua delação. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) perguntou sobre a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff na compra da refinaria de Pasadena (EUA). Os delatores também esclareceram algumas divergências sobre os políticos. Costa disse, por exemplo, que a empresa White Martins foi a responsável por operacionalizar um repasse ao senador Humberto Costa (PT-PE). Já em relação ao repasse ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), Youssef disse que o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, é que deve ter cuidado do assunto na época. 

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