segunda-feira, 20 de julho de 2015

Sabesp vende imóveis e cobra dívidas para tapar os seus prejuízos


A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai adotar três medidas para arrecadar dinheiro a curto prazo, a fim de cobrir os prejuízos causados pela crise hídrica. A empresa venderá terrenos e imóveis, abrirá, até setembro, um "feirão" com condições atraentes para que devedores públicos e privados possam renegociar seus débitos e forçará as prefeituras a quitar suas dívidas com contas de água - essa medida foi colocada em prática na semana passada, quando a companhia enviou ao Cadin (cadastro estadual de inadimplentes) uma lista com 22 municípios que estão com contas em aberto. O presidente da companhia, Jerson Kelman, disse que o problema econômico é pontual. "Sempre quando criadas condições favoráveis de renegociação, cria-se um problema. Há alguns que não podem pagar porque acham que pode haver uma anistia no futuro. Mas esse caso não haverá, porque a situação é absolutamente circunstancial", disse. "Como estamos enfrentando a crise financeira circunstancial? Com redução de custos e uma série de medidas. Estamos vendendo as jóias da avó", definiu Kelman a situação atual da empresa. Em razão da crise hídrica, o lucro da empresa no ano passado caiu 1 bilhão de reais em comparação com 2013. A situação da companhia se agravou ainda mais com a desvalorização do real, já que cerca de 40% das dívidas da Sabesp é em moeda estrangeira. Além disso, a estatal adotou a política de bônus para os clientes que consumissem menos água, com descontos de até 30% na fatura - o que significou perdas de 442 milhões de reais nos cofres da empresa no primeiro semestre deste ano. Na semana passada, a Sabesp disse que planeja um novo reajuste na conta de água dos paulistanos, de 7,5%.

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