quinta-feira, 14 de maio de 2015

Joaquim Levy alerta para alta de impostos com mudanças em regras da aposentadoria

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira (19), em São Paulo, que os parlamentares devem tomar cuidado ao votar alterações no fator previdenciário para que não haver a necessidade de alta nos impostos com a medida. "Tem muita gente que diz que a retirada do fator previdenciário vai aumentar despesa, portanto aumentar impostos. As pessoas têm que ter muito cuidado ao votarem para não criar uma necessidade de mais impostos", afirmou Levy. O fator previdenciário foi criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB) com o objetivo de retardar as aposentadorias. Ele é calculado de acordo com a idade do trabalhador, tempo de contribuição e expectativa de sobrevida, e diminui o valor da aposentadoria de quem se aposenta mais cedo. 
 

A emenda aprovada no plenário da Câmara nesta quarta-feira, de autoria do PTB, propõe uma exceção a essa regra, com a adoção da fórmula 85/95 – soma, para mulheres e homens, da idade mais o tempo de contribuição. Caso o trabalhador decida se aposentar antes de atingir essa marca, a emenda determina que a aposentadoria continue sendo reduzida pelo fator previdenciário. Pelos cálculos do governo, se os trabalhadores passarem a não optar pelo fator na hora de se aposentar a partir deste ano, os gastos da Previdência com aposentadoria vão aumentar em R$ 40 bilhões em dez anos; e R$ 300 bilhões nos próximos 20. O ministro reiterou que o fator previdenciário ainda não acabou e disse que a discussão sobre as formas de acesso à aposentadoria deve ser aprofundada, mas preferiu não dar maiores explicações sobre possíveis variáveis ao fator antes de o Senado votar a emenda. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff já criou uma comissão com lideranças sindicais para tratar de assuntos relacionados a aposentadoria. As afirmações de Joaquim Levy ocorreram durante uma palestra na Global Summit of Women, evento no qual o ministro apresentou detalhes do mercado brasileiro a líderes empresariais de 63 países. O evento é mais um esforço de Levy em apresentar o Brasil como alternativa para investimentos. Na quarta-feira (13), ele esteve em Londres e conversou com investidores na cidade. Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda disse à plateia que o País passa por um momento de controle e que providências são necessárias, como o aumento da produtividade do trabalhador, por exemplo, mas afirmou que o Brasil está equilibrado e que vale a pena investir.

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