Um fiscal da Receita estadual preso em Londrina (PR) afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB) recebeu parte da propina de dinheiro desviado dos cofres públicos do Paraná. Segundo o auditor Luiz Antônio de Souza, cerca de R$ 2 milhões foram repassados à campanha de Beto Richa. O governador paranaense enfrenta uma séria crise econômica e uma onda de protestos e greves de servidores públicos. Souza fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, comprometendo-se a dizer o que sabe em troca de uma pena menor. O auditor também é acusado pelo Ministério Público de exploração sexual de menores e foi preso em janeiro em um motel com uma menina de 15 anos. Souza admitiu a prática do crime. Ele e mais 14 fiscais e outros funcionários públicos são acusados de cobrar propina de empresários e, em troca, reduzir ou até anular dívidas tributárias das empresas. Segundo Souza, o esquema era comandado pelo então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio Albuquerque de Lima, que também está preso. Na versão de Souza, Márcio Lima agiria em nome de Luiz Abi Antoun, que se apresenta como primo de Beto Richa e também já havia sido preso em outro caso - de suspeita de fraude em licitação do governo estadual. O teor do depoimento do fiscal foi revelado pelo advogado Eduardo Duarte Ferreira, que assumiu a defesa de Souza nos últimos dias. Segundo o defensor, seu cliente contou aos promotores que, em fevereiro de 2014, foi convocado para uma reunião com Lima e afirmou que nela ficou estabelecido que o grupo deveria contribuir com R$ 2 milhões para a campanha de Beto Richa à reeleição. Durante o encontro, Lima teria dito que estaria cumprindo uma determinação de Luiz Abi Antoun. O advogado afirmou ainda que Souza confirmou que o grupo de fiscais achacava empresas devedoras do fisco estadual havia pelo menos 10 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário